A impontualidade do amor

15 novembro, 2009

Mário Quintana

Você está sozinho? Você e a torcida do Flamengo!
Em frente à TV, devora dois pacotes de Doritos enquanto espera o telefone tocar.
Bem que podia ser hoje, bem que podia ser agora, um amor novinho em folha.
Trimmm! Trimmm! É a sua mãe... (quem mais poderia ser?)
Amor nenhum faz chamadas por telepatia.
Amor não atende com hora marcada.
Ele pode chegar antes do esperado e encontrar você numa fase "galinha", sem disposição para relacionamentos sérios.
Ele passa batido e você nem aí.
Ou pode chegar tarde demais e encontrar você desiludido da vida, desconfiado, cheio de olheiras.
O amor dá meia-volta, volver.
Por que o amor nunca chega na hora certa?
Agora, por exemplo, que você está de banho tomado e camisa jeans?
Agora que você está se achando bonito?
Agora que você está empregado?
Agora que você pintou o apartamento, ganhou um porta-retrato e começou a gostar de Jazz?
Agora que você está com o coração às moscas e morrendo de frio?
O Amor aparece de onde menos se espera e de onde menos se imagina.
Você passa um ano inteiro hipnotizado por alguém que nem te enxerga, e não repara em outro alguém que só tem olhos pra você.
Ou então, fica arrasado porque não foi à praia no final de semana, os seus amigos estão lá, azarando-se uns aos outros. Sentindo-se um ET perdido na cidade grande, você busca refúgio numa locadora de vídeo, sem prever que ali mesmo, na locadora, irá encontrar a pessoa que dará sentido à sua vida.
O Amor é como uma tesourinha de unha: nunca está onde agente pensa.
O jeito é direcionar o radar para o norte, sul, leste e oeste. Seu amor pode estar no corredor de um supermercado, pode estar impaciente numa fila de banco, pode estar pechinchando numa livraria, pode estar cantarolando sozinho dentro de um carro.
Pode estar aqui mesmo, no computador, dando o maior mole.
O Amor está em todos os lugares, talvez você não o procure direito.
A primeira lição está dada: o Amor é onipresente.
Agora a segunda: o Amor é imprevisível.
Jamais espere ouvir "eu te amo" num jantar à luz de velas, no dia dos namorados. Ou receber flores logo após a primeira transa.
O Amor odeia clichês. Você vai ouvir "eu te amo" numa terça-feira, às quatro da tarde, depois de uma discussão, ou quando menos esperar.
E as flores vão chegar num dia qualquer apenas para informar-te como você é especial para alguém.
Assim... sem motivo nenhum ou data especial.

Espalhe que o Amor não é banal! E que, embora estejam distorcendo o seu sentido verdadeiro nos dias modernos de hoje, ele EXISTE e é o ingrediente mais importante da vida, a própria porção mágica da Felicidade.

"Amar é mudar a alma da casa."

Fonte: e-mail.

Cada um tem seu jeito...

14 novembro, 2009



Cada um tem um modo peculiar de produzir, seja lá o que for.
Eu passo por processos enquanto produzo textos, artigos, TCCs e monografias. Nunca consigo sentar e começar a escrever. Cada momento, cada parágrafo é um tempo para refletir, pensar e organizar as ideias, mesmo que a tarefa seja fazer qualquer coisa diferente daquilo que se está produzindo.

Antes de iniciar leio alguns parágrafos sobre o tema. Inicio um parágrafo com no máximo três palavras. Paro. Reflito nas próximas palavras. Escrevo até fechar uma frase curta. Mudo a música, lixo as unhas, leio outros assuntos. Volto para o texto. Escrevo mais uns quatro parágrafos longos. Paro. Vou ao banheiro. Vou à cozinha. Volto. Escuto e canto algumas músicas, bem alto. Leio mais algumas coisas sobre o assunto, folheio os livros, relaciono frases da página 10 com frases da página 20, formo conceitos e sua devida referência. Paro. Sempre paro quando me sinto tensa. Ouço a mesma música pelo menos umas cinco vezes até trocar, e canto alto. Penso: "o povo dessa casa deve achar que sou louca". Dou de ombros para essa observação.

Esses dias comecei a prestar atenção nessas manias e concluí que ajudam na minha produtividade. Toda vez que paro e faço tarefas paralelas, crio imagens na minha mente sobre o tema em questão e, conforme eu vá formulando frases, reflito em cada palavra, cada concordância, e se duvidar puxo outro assunto complementar. Digito. Abro o Bloco de Notas. Despejo algumas palavras. Comparo. Anexo. Correlaciono. Enquanto continuo a escrever o texto/capítulo. Paro. Leio tudo que escrevi até o momento, se for preciso já faço os ajustes. E quando vejo já se foram pelo menos três páginas.
Jogo no computador. Esses dias descobri que tem Jogo de Xadrez, vez em quando eu paro de escrever e arrisco. Um dia eu aprendo.

Isso quando não estou online. Daí a internet é um motivo para eu parar o tempo todo. Vejo e-mails antigos, falo com amigos no msn. Abro o orkut, o twitter, vejo vídeos. Mas não paro de escrever os textos. E até a internet me ajuda a produzir.


Quando percebi essas manias, achei que eu fosse meio perturbada. Achei não, certeza que sou meio perturbada. Mas gosto desse jeito estranho. Consigo fazer zilhões de coisas ao mesmo tempo e ainda atingir o resultado pretendido.
Posso até demorar, mas o processo de refletir em cada palavra garante um trabalho coeso e sem erros.

;)

Cecília.

13 novembro, 2009

Ela espera que os sonhos não sejam nuvens.
E que o sol não esfrie.

Ela não teme.
O medo aflora sem querer.
Conta as estrelas do seu pensamento e se perde quando vê a lua.

Seu sorriso encabulado ilumina a alma quando toca a natureza.
A natureza que há dentro de si confunde os seus objetivos. Ah!, como queria simplesmente não ser, não ter... não existir, talvez.

O incansável fruir dos seus desejos, insanos ou não, tendem a deixá-la desconexa de si mesma.

Por vezes perde a graça, como uma flor sem perfume. A paciência é quase nula.
E fecha os olhos para não sentir.

Logo, o coração pula em ritmos aleatórios, fazendo com que seu corpo pulse de forma que a deixe agoniada e queira voar.

Às vezes fala, fala até demais; em uma atividade pensada para fazê-la desprender-se das suas angústias. E quando cala, é quando está bem consigo...

É uma menina qualquer, de pensamentos insanos, às vezes vazios, por vezes tão cheios de vida. Mais cheios de vidas do que vazios, mas prefere a solidão como companheira; aquela que não questiona, aquela que deixa a dor ou a alegria gritar por dentro.

Ela que é uma mistura... Ela que é cheia de Livre Arbítrio, mas que ainda não criou asas.

... Um pouco de poesia.

03 novembro, 2009




Persiste

Toda a pele em flor, planta que insiste

Na inconstância de crescer

As belas pétalas que sorriem ao te ver


Canção de ninar que implora a lágrima presa

Libera a tristeza solta que voa coesa
Solidão que se faz presente


Canta a melodia e aplaude contente

A substância que altera o humor

Surpreendente, mente ao seu próprio amor


É hora de voar

Abrir os braços ao mundo que nada pede

Visualizar o pensamento solto no ar

E caminhar em direção ao objetivo, pois nada impede


De sentir a cura enfeitar a inconsciência

Manter os pés no chão e largar mão da ciência

Abrigar o subjetivo e sorrir alegre com o excesso de paciência

Já não se considera os erros, vive-se melhor com a impermanência


Não seguir alguma estrutura

Consistir na presença de uma figura

Figura acesa que oscila entre o que se é e o que se quer
Para quê as rimas perfeitas se as vidas não são feitas da doçura de uma mulher
.