em alto mar

29 julho, 2013


É uma voz que grita

Expande meu ser, meu espírito
Meu corpo lateja, o sangue corre
Transcende toda sorte de sentimento

Luar embriaga meu coração
Trazendo à tona a força do meu íntimo
Íntimo quente, vibrante, latente
A lua que toca a pele arrepia 

O som da batida do meu peito
Faz canção aos meus ouvidos
Quando entrego meu suor ao seu
Um grão de mar se abre aos meus pés
Embarco o amor numa jangada e navego

Nas tuas ondas delicadas
Desembarco em alto mar
E lá de cima, o luar 
Veste de luz as minhas jornadas

a lua e a mulher

27 julho, 2013


Ser luz
Ser lua em cada fase
Ser espírito e brilhar em cada instante
Ser energia de alma aberta

Coroar o amor que o Universo nos presenteou
Criar um espaço de sentimento interno
Praticar a compaixão inerente à consciência
Solidificar a beleza e a essência de ser quem se é

Sangrar é regar a energia, é renovação
Cultivar a solicitude do momento
Carregar dentro de si a harmonia do mundo
Gerar vida em cada ciclo

Sentir a alma transmutar para receber o novo
Manter o fogo aceso e o coração acolhedor
Lutar bravamente pelo seu espaço e aceitar o desafio
Abrir-se e deixar-se ver, como a lua e suas fases

Ser toda a feminilidade num corpo de mulher.

Deixa

16 julho, 2013

Vem, dê-me sua mão. 
Não pretendo guiar teus passos, quero apenas sentir o calor.
Não tenha medo, também sou alma gêmea da liberdade.
Deixa eu tocar seu rosto, aquecer meu coração.

Na minha tão delirante solicitude, gosto da sua presença.
Sempre tão quente, tão viva, tão vermelha. Como fogo. 
Fogo que arde sem se ver.
Escuta os meus pensamentos, sonha comigo por alguns instantes. 

Deixe-me viver. 
Tu que és tão vivo. 
E que impulsiona os meus sentimentos mais impuros e doces. 
Fique até amanhã, gosto do teu sorriso ao amanhecer. 

Teu abraço tão suave reacende o que há de mais belo em mim. 
Depois você pode ir, voe para o mundo. 
Mas deixa a energia livre, 
Pois o amor é como um pássaro.


Luz e escuridão

14 julho, 2013


Ser luz e escuridão
Nessa imensidão de mundo
Mente barulhenta no silêncio noturno
Abrindo espaço para os questionamentos da vida

A luz que invade
Como uma melodia, mesmo que tardia
Expressando toda a musicalidade de uma flor
Capta na luz a sombra que se forma na órbita do coração

Junto à luz, o amor divino 
Capaz de intensas movimentações 
A energia geradora de luz
Contrapondo toda a escuridão que surge no âmago

A sombra também é luz
Traz consigo todo o conhecimento da mãe Terra
A vó Lua com todo o seu brilho emana sabedoria
E a escuridão se torna amiga em todos os momentos de (sobre) vivência

Deixar-se ser o que se é
Saltar no abismo da incerteza
Interligados pela feminilidade da terra
Na busca pela vida, entregar-se à luz e à escuridão 

Somos espírito e matéria
Circundados pelo amor divino
A mãe Terra nos abençoa e a vó Lua nos guia
No infinito caminho da alma.   

08 julho, 2013

Um dos piores erros no processo educacional de crianças e adolescentes é o incentivo à competição. O instinto de competição gera no indivíduo expectativas sobre determinado objetivo, levando-o a uma incessante busca em se tornar melhor que o outro, impedindo a sua própria evolução. A competição gera guerra e afasta o sentimento de compaixão que temos.

Devemos lembrar que estamos aqui para ajudar e compartilhar uns com os outros. 

A metamorfose de cada dia

02 julho, 2013


Chega um momento na vida que passamos a enxergar as coisas de outro modo. Não só vemos, mas enxergamos e entendemos o motivo de tantos acontecimentos. É um processo muito louco, porque vai dando uma vontade infindável de gritar e retirar todo esse aprendizado de dentro. É o que acontece comigo neste momento.

Há uma criatura dentro de mim que chamo de "meu eu", querendo sacudir o mundo interno e espalhar qualquer coisa que venha recheada de sabor, de amor, de vida. É um misto de felicidade, agonia, abismo, sonhos, medo, aflição por - ainda - não conseguir dar o primeiro passo. Talvez só falte saber por onde começar, mesmo que o pontapé já tenha sido dado. 

E a cada dia, cada minuto de sabedoria que eu passei a aprender com a vida, transbordo minha mente e meu peito de uma sensação inexplicável... Por vezes, vejo um único cenário: o muro, eu e o abismo. Um sentimento que não sei descrever. Sinto meu coração se expandir de vazio e, ao mesmo tempo, uma imensidão de coisas estranhas, reais e abstratas tomam conta da minha mente. 

E quanto mais eu tento controlar meus pensamentos, mais meu peito se expande. É tudo muito novo e sou tomada por uma crise de ansiedade que me faz perder os movimentos, que me tira da realidade e me deixa complexa. Tenho consciência de que tudo acontece no seu tempo e que preciso ter calma e deixar que tudo flua como deve ser, mas a cada descoberta, procuro por mais, pesquiso mais, vejo mais, sinto tudo com mais vigor e sentimento.

Depois de sair e voltar várias vezes para a bolha que me mantinha segura, e encontrar o meu verdadeiro eu, fica ainda mais difícil lidar com as coisas do mundo. E trazer este equilíbrio para o dia a dia é um processo dolorido, mas necessário para conseguir viver.