Trechos de vida.

05 abril, 2010


As palavras não se soltam de mim
Sentimentos perturbados pelos olhos que vejo
Poesias desenhadas em meu corpo refletem no pequeno mundo em que vivo
As asas começam a tomar coragem, aos poucos, mas o voo ainda é rasante

Escrevo-me em curtas histórias
Cotidianas estórias, repletas de intrigas
Intrigas só minhas, dúvidas que estacionam em meu pensamento
Sonhos que já não são só meus

Descarrego o medo, pelo ralo entupo toda a falta de vontade
Reabro-me para o mundo de Cecília, o mundinho que só nós duas entendemos
Ah! Coragem de quem tenta espiar o que estes corações sentem
Atrevidos e despertos por um ar impuro
A pureza que não é tão facilmente desfeita com meias palavras

É preciso muito mais do que uma palavra
Pode até ser um detalhe que escapa de um olhar
Um olhar profundamente interessado em transformar a realidade em sonho
Fazer do antagônico o próprio sobrenome

Fazer da poesia a própria solidez
Falar de poesia como um especialista fala do seu negócio
Descrevê-la como um perito descreve as causas da morte
Explicá-la como um crimonoso ensina a usar sua arma mais potente

Ahhh... as coisas são mais belas quando contraditas.
Tão mais profundas quando fugimos da realidade.
E o que é isso que acontece comigo? O casulo está se abrindo...
Abrindo caminho para um novo trecho de vida.