Palavras ao vento.

27 fevereiro, 2009

Sabe aquela vontade de escrever, escrever qualquer coisa, sobre muitas coisas ao mesmo tempo? Acontece isso comigo quando escuto músicas que me entorpecem e fico estagnada consumindo as melodias devagarzinho, e imagino. Ah! Como imagino.

Vez ou outra falo de música, gosto disso. Pena que não nasci com boa voz, até arrisquei aula de canto uma época, mas presumi que não teria carreira, preferi escutar apenas e criticar quando necessário.

Não sou de expor vontades por aqui, explicitamente, porque estão nas entrelinhas dos textos cheios de sentimentalismo e revolta que publico aqui. Hoje eu compartilho. Gostaria de uma boa bebida, uma lareira, bons amigos e aquela música tocando ao lado fazendo trilha sonora entre uma risada ou outra – como cena de filme romântico. Aquela risada gostosa que só há entre amigos, sobre qualquer assunto ou um compartilhando um fato do cotidiano. Bom, é provável que eu vá deitar cedo, ler um dos livros da estante e dormir embalada pela música.

É, poucas vezes realizo desejos – vez por outra listo dezenas – um ou outro é realizado, talvez por falta de oportunidade ou comodismo. Não sei. Temo muito muitas coisas. A coragem faz a vida menos curta, diz a música. Ah! Se eu tivesse toda essa coragem estancada entre as minhas veias, mas como libertá-la?

Devaneio muito, e estou sozinha quase sempre. Se eu fosse descrever tudo o que sinto e penso por aqui... Viajo em pensamentos insanos, ora tão calmos, atrevidos. Simplesmente penso. Nem sempre é bom devanear sozinha, há aquela louca vontade de partilhar aquele pensamento bobo, mas para mim faz um sentido enorme. Poucas pessoas têm paciência para ouvir. Hoje em dia, muitos escutam somente, sem absorver; preocupados com os seus pensamentos.

Já pensou se pudéssemos dar um ctlr+v dos nossos pensamentos em um grande painel, nossa! daria para bolar uma história e tanto. Falo muito em pensamento também, não é? Ué, enquanto escrevo aqui as palavras vão fluindo conforme o pensamento me leva. E enquanto a música me toca vou escrevendo.

Todo dia acordo destinada a fazer alguma coisa diferente, algo que eu pudesse escrever no meu diário e guardar aquele momento para sempre. Não qualquer momento, um momento divertido, perigoso – aquele momento que colore a mente e faz o coração quase sair pela boca. Tenho muito os pés no chão, mas crio asas tão potentes, tão largas, tão leves que vivo voando. Eu adoro voar, já dizia Clarice Lispector respondendo a quem quisesse jogá-la de um penhasco.

Ainda são tantos pensamentos, mas não vou consumir o tempo de vocês com um texto muito longo e bobagens que só precisei compartilhar. Afinal, hoje é sexta. Dia de encurtar o dia, dia de deixar algumas coisas pendentes para segunda-feira. Dia de chegar para aquele(a) amigo(a): E aí, qualé a de hoje? Talvez nem role nada, mas todo final de semana é a mesma coisa. Por isso eu vou vivendo meu presente exatamente como ele é. Viajo para o passado, transporto-me para o futuro. E em cada instante aprendo alguma coisa. Só não aprendo a me conhecer, omito características e quando necessário tiro da gaveta, e logo esqueço. 

Às vezes tenho vontade de transbordar.

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Playlist que me inspirou o texto: Delicatessen, álbum My baby just cares for me. Lindo!
Um final de semana cheio de suspiros para você, um beijo. 
  

Perfis e posturas

26 fevereiro, 2009

Reza a lenda que para cada profissão há de se ter um perfil ou uma postura condizente. Durante a graduação observei muito isso: podíamos adivinhar o curso de um e de outro apenas descrevendo sua postura, fosse no jeito de vestir ou agir. O que define um perfil ou uma postura?

No mercado de trabalho é mais evidente. Para cada função um jeito de se apresentar. Terninhos e gravatas para os homens e mulheres da advocacia, estilos mais despojados para os publicitários, moderninhas e mauricinhos na seção da administração, perfis e posturas definem-se de acordo com o contexto.

No entanto, caráter e responsabilidade são definidos [pelos outros] a partir de como nos vestimos ou, muitas vezes, comportamo-nos – brincadeiras, estilo musical, gírias. Consequentemente, o impacto é negativo na construção de uma marca pessoal.

Contesto. Por exemplo: administro uma empresa usando all star, calça jeans e blusinha, enquanto escuto rap ou MPB. Pergunto-me: ou estou na profissão errada, ou meu chefe só quer resultado? [No meu caso, as duas opções estão corretas].

Mas, enfim, o fato é que a personalidade vai ao encontro daquilo que escolhemos como profissão e, na maioria das vezes, por mais capazes que somos no que executamos, uma característica fora do comum influencia.

Esse contexto é muito mais amplo, descrevo aqui uma parcela; pois, quando falamos em perfis e posturas lembramos da ética e conduta profissional, ambas não interferem no all star com vestido; interferem nos resultados e no sucesso do profissional.

Não somos bons ou ruins se defendemos um cliente no tribunal usando tênis e calça de moleton... Daí vem a tal da etiqueta. Etiqueta? Só aquela da blusinha e ainda assim eu tiro por que incomoda.

Modo de dizer ou de pensar - pouco importa. De alguma forma, conscientes ou não, seguimos alguma tendência e lapidamos perfis e posturas influenciados pelo meio.     

Pudores.

25 fevereiro, 2009

Ela estava lá - envolta em um prazer incomum. Sentia seus ossos e seu corpo estremecerem enquanto a música tocava no rádio, no último volume. Vestida apenas por um laço no tornozelo.

O prazer lhe contornava as curvas do corpo coberto por um punhado de ódio que consumia os pensamentos. Buscava explicação naquela junção de sentimentos impunes. Respirava ofegante e manipulava o arrepio constante com as pontas dos dedos, passeando por cada ponta, tonta de amor e ódio.

Permaneceu intacta, na escuridão sentindo o coração pulsar claramente em seu peito – aquela maldita saudade apertava sua garganta, sufocando-a. A música era impregnada de pudor e a levava por pensamentos e vontades eufóricos, consumindo-a.

Não ouviu mais nada por alguns momentos, somente aquele sofrimento momentâneo que fazia lágrimas escorrerem por seu rosto. Seu rosto transfigurava uma mistura de ternura, ódio e solidão, e uma vontade sólida de gritar aquilo tudo que sentia, um enorme desvelo de encostar seu corpo quente em uma estrutura fria que apagasse aquelas sensações e, ao mesmo tempo, embriagar o tempo restante matando o desejo que destruía a ponte entre a razão e a emoção.

Não conseguia. O tempo inexistente era traiçoeiro e o desejo só aumentava. Suor e arrepio trocavam momentos de eterno consumo pelo corpo dela. Odiava, odiava toda a obsessão e odiava a si por deixar tantos sentimentos omissos e solitários tomarem conta da paz que tentava tatuar em todo o seu pequeno mundo.

Amava, amava sublime e solitária aquela totalidade de sentimento puro e sincero que germinava em noites de lua cheia.  


Olha a cabeleira do Zezé, será que ele é, será que ele é...

20 fevereiro, 2009

Chegou a hora de vestir a fantasia e sair por aí remexendo o corpo e colocando uma pitada de ousadia em tudo que fazemos nessa época. Para o Carnaval dispenso os devaneios que escrevo aqui. Prefiro devanear enquanto curto ou encurto o tempo lendo um livro. Talvez eu pule do penhasco de uma vez, já que falta tão pouco - metaforicamente falando. Depois das cinzas voltamos à realidade.

Bom carnaval para todos! Beijo ;*




Desaprenda

19 fevereiro, 2009

Por Fernando Campos
Meio&Mensagem, p. 9, 28 de abr. 2008.

Uma das características mais marcantes da espécie humana é sem dúvida o aprendizado. Sem a capacidade de aprender não existiria linguagem, ciência, artes, política, não teríamos construído a Muralha da China, descoberto o DNA nem inventado a moqueca de siri mole.
[...]
Tão ou até mais importante do que aprender é a capacidade de desaprender. Na prática, a maior parte das grandes descobertas humanas está mais ligada à capacidade de desaprender as regras vigentes. Pense em Darwin. Sem desaprender tudo o que vinha sendo dito a ele desde pequeno, era impossível se sair com aquela idéia abstrata e ao mesmo tempo absurdamente coerente. Bota capacidade de desaprendizado nisso.
[...]
Liderar e tomar decisões num cenário competitivo não é fácil, e está aqui um exemplo do tamanho desse desafio: o de modificar e adaptar sempre, para permanecer
VIVO. Olha aí Mr. Charles Darwin entrando de novo no texto. Mas é fato que poucas teorias científicas se aplicam com tanta precisão ao cenário de negócios quanto o darwinismo. Imagine o líder dos dinossauros num discurso de fim de ano para dinossauros-acionistas: “Sim, vamos permanecer enormes, isso é o que nos trouxe até aqui. Somos líderes porque somos grandes. Nossa idéia é, inclusive, crescer mais 25% no próximo ano”. Sabemos o final da história.
[...]
Olho para nós mesmos e, descontadas as diferenças sociais, econômicas e culturais, vejo que estamos vivendo o mesmo drama. Um apego às fórmulas que nos fizeram encantar o mundo nos últimos 20 anos (nos 80 com TV, nos 90 com print, migrando para web nos últimos anos). E um medo de mudar o jeito de fazer, mudar os processos internos e as relações até comerciais... Manutenção é a palavra de ordem. Do dicionário vem o sinônimo: manter = conservar. E “conservador” não é exatamente um adjetivo desejável para o nosso negócio, é?
[...]

Talvez esteja na hora de desaprender um pouco.ltimos 20 anos (nos 80 com TV, nos () com print, migrando para web nos ulseparados.

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A essência do artigo é voltada para negócios empresariais, em particular a ferramenta da comunicação - propaganda. No entanto, extrai do artigo o que podemos refletir em relação a nós mesmos.
Pense em quantas vezes realizamos as mesmas coisas do mesmo jeito (lá vai eu falar de rotina novamente), sejam acertos ou erros. Os erros eu perdi as contas – de quantas vezes errei sobre o mesmo assunto.
Quando pequenos acumulamos uma enorme quantidade de informações e escutamos “é desse jeito”, “não, assim não pode”. Condicionam a mente para o que é certo e errado. Mas, um outro alguém pode nos induzir a dizer o que é errado, se é certo para nós? Crescemos frustrados sem saber se é certo argumentar.
Quando amadurecemos e aprendemos – sozinhos – quais caminhos seguir, novas tarefas, novos conhecimentos, um novo jeito de ver o mundo, um amplo mundo que há tempos atrás não passava de uma cabaninha feita de lençol. Neste novo mundo que construímos a partir das nossas percepções, inconscientemente, lidamos com os problemas e a solução desses problemas baseados no que aprendemos lá no passado. Um erro que só traz prejuízo.
Não obstante a isso, o que acumulamos de conhecimento na fase adulta parece que é tatuado em nossa mente e seguimos realizando os acertos e erros da mesma maneira.
Quanto aos acertos, se até então estiverem dando lucro, tudo bem, segue assim. Mas porque não procuramos fazer de outra forma, porque não identificamos oportunidades de fazer diferente?
Tudo depende de nós, o que aprendemos hoje pode ser obsoleto amanhã, e se não desaprendermos logo cedinho na manhã seguinte ficamos no passado.

Um meme

16 fevereiro, 2009

Estava aqui pensando no que escrever em comemoração ao presente.
Quando de repente, não mais que de repente ganho um meme do Gustavo Scussel - adoro quando ganho memes e esse, em particular, fez-me relembrar aqueles questionários feitos em cadernos - cada página uma pergunta - as meninas adoravam bolar perguntas e ficavam cheias de curiosidades pelas respostas. Mulher é fofoqueira mesmo, não tem jeito.

Pois, vamos ao meme:

1. A última pessoa com quem falou hoje: Minha avó que, aliás, tentou embolsar 170,00 que meu irmão mandou de presente para mim. Disse ela: “Gastei, estava precisando”. Respirei fundo tentando não parecer chateada, pois afinal sempre que preciso, ela é solicita à minha causa. Logo, ela começou a rir da minha cara de desespero.
2. A última coisa que falou: ‘Sim, a mercadoria chegará na quarta-feira até às 18hs. Obrigada. ’ – Para um cliente que ligou fazendo pedido.
3. O último pensamento: Preciso fazer alguma coisa diferente da minha vida. Tudo bem que penso nisso desde a hora em que levanto até a hora em que fecho os olhos para dormir, e até agora nada de diferente. Mas, vou tentando...
4. A última pessoa com quem brigou: Com a minha irmã. Nossos pensamentos são tão divergentes, e quando se cruzam a explosão é certa.
5. A última pessoa com quem se reconciliou: Não demoro muito para fazer as pazes com alguém, na verdade não sei exatamente com quem me reconciliei por último; além da minha irmã (em partes).
6. A última pessoa que falou de Deus pra você: Minha avó não perde a chance de falar algumas palavras de Deus para mim; diz ela: “Desde que você deixou de ser crente sua vida não é mais a mesma”. Talvez, em partes, não sei. Ao menos eu ainda continuo mandando um alô para Ele.
7. O último lugar que você gostaria de estar: Na praia, tomando cerveja e comendo camarão à milanesa.
8. O último filme a que assistiu: Missão Babilônia – uma ficção científica que simula a gravidez de Maria envolvendo muita tecnologia, no entanto... É muito interessante e cheio de surpresas.
9. O último livro que leu ou está lendo: Sou compulsiva por livros, tanto que estou lendo três de uma vez só. A menina que roubava livros (Markus Zusak); Um sopro de vida: pulsações (Clarice Lispector); e A Sombra do Vento (Carlos Ruiz Zafón). Todos muito bons.
10. O último presente que ganhou: Um ventilador. Eu não aguentava mais este calor, chego em casa e tem um ventilador em cima da minha escrivaninha. Além, é claro, do domínio da Mera!
11. A última coisa que gostaria de estar fazendo: Pipoca e brigadeiro, enquanto alguém coloca o filme no DVD.
12. O último telefonema feito ou atendido no seu celular ou telefone: Meu celular, coitado, não liga e não recebe. O telefone que uso é o da empresa, recebi telefonema de um cliente e retornei a ligação minutos depois para confirmar uma informação.
13. O último conselho que deu e pra quem deu: “Use camisinha direito, outra chance você não terá”. Para uma amiga. 
14. A última vez que chorou e por que: Faz algumas semanas – prefiro não comentar! x)
15. O que faria hoje se fosse seu último dia de vida: Publicaria um exemplar de um livro meu e deixaria dedicado a uma pessoa em especial.

Bom, acho que respondi ao meme direitinho. Espero que dê para conhecer um pouco sobre a minha pessoa. :D

Chegou a parte mais difícil: repassar o meme.
a) Celo Aglio, Meros Devaneios Tolos;
b) Fê Colcerniani, Sobre Todas as Coisas;
d) Deise Rocha, Drops de Mim.

Thanks thanks Scussel, ;)
Gostei de responder ao meme.
Beijos a todos.

Presente!

Ganhei um mimo de um amigo virtual - dono da Maldita Palavra - Juliano Detoni.

\o/

De agora em diante meu mero blog passa a ser a meradistracao.com.
Essa pequena mudança requer grandes mudanças. A primeira delas: ser mais disciplinada na arte de escrever, afinal vou usar e abusar do presentinho. Sem mencionar que vem aí mais uma novidade, a qual será também produzida pela Maldita.

Gu, já agradeci muuuuito a surpresa. Agradeço de novo.
E, em breve é a vez da Maldita, :D

Logo mais faço uma postagem em comemoração.

Bolhas

12 fevereiro, 2009

O pouco que quero é TANTO que sinto sufocar.
Exageros limitam e permaneço tão longe de mim.
Quero o que posso suportar, nem tão distante nem perto demais.
Não tenho a pretensão de alcançar o impossível,
mas fazer com que meus olhos o toquem.
Permaneço intacta, dessa forma sinto profundamente
o que me envolve.
Queria brincar e transformar sonhos em arte.
Interpretar na frente do espelho os romances mais suicidas,
beijar a minha alma.

O tanto que quero cabe exatamente no que suporto.
E continuo brincando com o que sinto,
assim subo em árvores mais altas sem medo de cair.
De todo modo, se caiu o impacto é leve;
pois criei uma leve camada de sentimento ao meu redor
como uma bolha eu me deixo flutuar.
 

Deixar sentir

11 fevereiro, 2009

São 20h11, no som está tocando Zeca Baleiro (Skap), estou pensando em tanta coisa junto que fico perdida, mas penso pois não consigo parar. Sou tomada por sentimentos diversos, ora felicidade, ora tristeza, ora sentimento nenhum. E sigo escrevendo o que vier na mente, e escrevo...

Era um dia qualquer de agosto, um dia frio com sol e céu limpos e longos. A cidade parecia intacta, sem muito movimento, sem vento, sem barulhos, um dia longo e frio. Parou sem rumo na beira da praia, ao longe avistou uma cabana, uma rede dependurada entre coqueiros, um barco estiado balançando entre as ondas curtas.
Observou o horizonte, sentiu-se tão pequena diante da imensidão. O sol tão brilhante e o céu tão azul refletia uma inigualável cor no mar, sorriu. Caminhou molhando os pés na água gelada. Chegou próximo à cabana e nada ouviu ou viu. ‘É uma miragem’, pensou; não era.
Chamou por alguém e não obteve resposta. Foi até o barco, entrou e sentou, ficou a balançar junto às ondas sentindo o frio cortando a pele; deixou que lágrimas escorressem pelo seu rosto, sem motivo aparente, apenas a sensação de deixar a alma sentir. Poucas vezes nos deixamos sentir profundamente, o medo nos acomoda.
Deitou na rede e ficou fitando o céu, por horas pensou em nada ou se pensou não lembrava o quê exatamente, como se estivesse submersa e engolida naquela sensação de bem estar. Adormeceu.
Amanheceu e um filme passou em sua mente - foi só um sonho, e daqui a pouco ela estará perdida entre carros, barulho, pessoas, telefonemas – engolida pelo mundo real.

Agora são 20h33, continuo pensando; estou rodeada pelos três livros que estou lendo, rodeada pela música e a vontade de estar submersa pelo nada, deixar sentir e ser tomada por qualquer sentimento puro. Desperto das palavras, ouvindo agora Marcelo Camelo (Menina Bordada).

Bons sonhos.

Todos os Problemas Misturados

10 fevereiro, 2009

A TPM é - literalmente - Todos os Problemas Misturados. Ficamos consumistas, choronas, felizes [tem meses que eu fico], doloridas, assassinas, dengosas, chatas - quase insuportáveis, vulneráveis [palavrinhas bonitinhas sempre convencem, mesmo que depois mandemos o rapaz para aquele lugar]. E os problemas vão misturando uns com os outros, e quando vem o estopim o mundo cai. Não ouse mexer com uma mulher neste momento; guerras são declaradas.

Há quem diga que isso tudo é psicológico [coisinha de menina mimada], às vezes acredito nessa teoria, por outro lado quem é a louca que gosta de ficar desse jeito!?. É da natureza, recebemos uma quantidade muito grande de hormônio que modifica nosso corpo e mente - merda de natureza, antes tivesse nascido tudo bicho - entra no cio, procria e tudo volta ao normal. Mas não, todo mês é a mesma chatice - gastamos com inutilidades, choramos quando vemos beijo em novela e usamos uns negocinhos nada confortáveis nas partes baixas.

Homens sintam-se felizes e façam muito carinho nesses dias - normalmente vocês ganham pontos extras *.*

___
ps.: também fico um tanto inspirada para a escrita e meu humor muda constantemente, ora amo ora odeio.

Escrever é um dos artifícios que uso para acalmar, ;D

Outrora - nem tão antigo assim

Acordei sentindo uma infeliz saudade: a faculdade.

Saudades de ter o que fazer entre às 19h e às 22h30, xingar os professores, falar mal das meninas que vão fazer desfile de moda, comer aqueeeeele cachorro-quente da esquina com muuita gordura escorrendo, passar horas na fila do xerox, ir na auditoria e falar mal daquele professor fuleiro que faz cracinhas com as puxa-sacos, passar horas na biblioteca pesquisando aquele tema legal, sair da faculdade carregada dos únicos cinco livros que são permitidos - por que se pudesse pegar mais saíria de carrinho.
Esperar o busão - lotado - para voltar para casa, chegar em casa e largar os livros de lado e só lembrar que existem no dia da entrega, estudar um dia antes da prova e fazer aquela colinha básica, passar os sábados e domingos na casa da amiga fazendo trabalho. Ficar feliz da vida quando o final do semestre chega e prometer que no próximo vou estudar mais. 

Ah que saudade. E eu que pensei que não sentiria nem um tantinho assim \o/
Enquanto isso vou criando as mesmas expectativas de um calouro enquanto não resolvo partir para uma nova graduação ou pós.

Desabafei a saudade, :D

Eu podia tocá-las

09 fevereiro, 2009


Eu podia tocá-las
Sentia entre as minhas mãos aquela áspera sensação
Eu podia tocá-las

Como num sonho
Aquele sonho que se sonha de olhos abertos
Que de algum modo nos faz sair deste para qualquer outro mundo

Eu podia tocá-las
Era tal qual um conto de fadas
O sapatinho de cristal brilhava
Eu podia tocá-las

Deixei-me cair entre aquelas plumas
Meu corpo em um arrepio intenso
Estremeceu como um morango que cai delicadamente num pomar

Eu podia tocá-las
Sonhei e deixei que o sonho me transportasse para algo além
Daquilo que eu vivia (sobrevivia)
Foi tão lindo

Eu podia tocá-las.
Imaginação, intensa inspiração.
Meu suspiro ecoou.

Às vezes...

... eu quero tudo;
... eu quero tão pouco;
... eu quero nada.

O tempo.

05 fevereiro, 2009

[...]


Nunca a vida foi tão atual como é hoje: por um triz é o futuro. Tempo para mim significa a desagragação da matéria. O apodrecimento do que é orgânico como se o tempo tivesse como um verme dentro de um fruto e fosse roubando a este fruto toda a sua polpa. O tempo não existe. O que chamamos de tempo é o movimento de evolução das coisas, mas o tempo em si não existe. Ou existe imutável e nele nos transladamos. O tempo passa depressa demais e a vida é tão curta. Então - para que eu não seja engolido pela voracidade das horas e pelas novidades que fazem o tempo passar depressa - eu cultivo um certo tédio. Degusto assim cada detestável minuto. E cultivo também o vazio silêncio da eternidade da espécie. Quero viver muitos minutos num só minuto.


[...]

LISPECTOR, Clarice.
Página 14 do Livro Um sopro de vida: pulsações.


Minhas palavras não atingem a profundidade da alma de Clarice.