trilhando caminhos

15 setembro, 2013



E desse jeito vou trilhando meu caminho. Mas, qual jeito? Essa forma de ver o mundo com os olhos coloridos. Experiências vividas com coração e alma infantis, doces, puros e conscientes da missão aqui na Terra. E que sorte tenho de poder conectar-me à Pachamama e sentir o seu chamado em meu coração. 

Trilhei no último sábado um lindo caminho até à praia do Saquinho, na Solidão. Pelo nome, já podemos entender o que busco por lá. No caminho até lá, esbarrei em alguns aprendizados, sublimes aprendizados que me permitem observar o mundo com doçura e ternura. Duas mães levando seus pequenos à praia, numa bicicleta, com pranchas, mochilas e tudo o que os dois vão precisar naquele lindo dia de sol. A imagem foi tão terna, que chorei.

Troquei cumprimentos com alguns moradores. Sorri. Toquei o mar. Molhei os pés, e sorri novamente. Sintia-me em casa, como todas às vezes... E quanto mais me conecto, mais percebo que me sinto em casa e que é bom estar aqui sendo um ser espiritual, vivendo uma experiência humana. Iniciando a trilha troquei energia com várias borboletas que cruzaram o meu caminho, dando-me boas-vidas e me recebendo com todo o amor que só a natureza sabe fazer.

Terceira vez que faço essa trilha, mas tudo é sempre tão novo que fico surpresa com cada pedaço de amor. Levei na mochila um pequeno piquenique, com frutas e água. Banhei-me, senti o vento, o mar, a energia. Sentei em uma pedra, sob a sombra e comi as frutas sentindo o sabor de cada uma delas. Logo subi em uma pedra mais alta para admirar o horizonte e me arrisquei sobre outras pedras para chegar até uma pequena fonte de água. Linda, simplesmente.

Tomei mais um banho de mar e orei à Iemanjá, com pura gratidão por aquele dia em que, mais uma vez, me encontrei comigo mesma. Ajeitei-me e tomei o rumo de volta. No fim, decidi ir até à cachoeira. Ainda bem que encontrei um casal, o qual fui seguindo, pois já tinha me perdido. Primeiro banho de cachoeira a gente nunca esquece. Água gelada, límpida e doce. Revigorante, eu diria. Na volta, também me perdi, mas segui novamente o casal que resolveu ir embora logo após.

Voltei para casa com a alma pura, intensa e calma. Pronta para receber as bençãos dos guardiões ancestrais na cerimônia de Temazkal, que foi a segunda experiência mais tocante que tive em um encontro de almas. Sendo assim, neste momento sinto a plenitude em minha alma. A sensação de que posso continuar trilhando meu caminho de coração e alma abertos. Sentindo cada experiência em sua totalidade, sem receio e saboreando cada gota de aprendizado.      

loucura


mistura
a sanidade e a loucura
sincroniza o coração à altura
e envolva sensação mesmo que impura

construa
sua alma acima do seu ego
cuja luz interior te mantém cego
acenda, portanto, a luz espiritual 
e mantenha a energia angelical

astuto
o ser se entorpece de doçura
lacunas expressam a loucura
dos instantes vividos com ternura

ah! a loucura
insana, lúcida, intensa e curta
mentecapto, o coração capta a magnitude
de ser louco, puro 
e transbordante na solitude 

Devaneios da alma

10 setembro, 2013




É surreal. Cada partícula sólida de vida. 
Onde há vida? 
Onde estão os sonhos?
Em nossa mente? Às vezes pacata. Às vezes cansada. 
Onde está a música, o ritmo? 
As partituras do coração afoito por vida?

Em nós. No peito meio vazio, meio cheio. Nos olhos que vislumbram o sol e a lua, que observam o passar do tempo e a pele que sente o passar do vento. Ah! Como é mágico cada centímetro de luz, de treva, sonhos, amores e dissabores. Todos os acontecimentos buscam em nós o despertar da consciência. 

Consciência que grita por liberdade, livre arbítrio. Um rumo sem trajeto. Um caminho de surpresas, encantadoramente repleto de obstáculos, com os quais se possa aprender a caminhar. Viver está além do acordar, trabalhar, comer, dormir (e repetir o ciclo). Se gasta vida ao poupar vida. Encontrar-se é um meio de se perder. Perder-se é um meio de se encontrar.

É preciso parir os sonhos. Nutrir-se da dor para evoluir, mas também alimentar-se de amor para perpetuar a alma. Almas imortais que são tantas formas em um só Universo. Frações de Universo em um peito cheio de sentimento e coragem. O sangue que corre nas veias e pulsa, como acordes nas batidas do coração.

Coração ritmado, acrescentando solidez. Fluidez.
Fogo que alimenta os sonhos. 
Espiritualidade que refaz a mente.
Terra que respira conduzindo os sons. 
Ar que acelera o despertar e desenha linhas tortas com palavras (in)certas. 
Encontros musicais que transbordam o peito de vida.