Rascunhos de amor

19 abril, 2013


Não, realmente não sei o sentido da vida. Questiono-me por vezes, mas noutras prefiro não achar as respostas. Qual graça teria sem as surpresas que a vida nos proporciona se já soubéssemos o destino ou o sentido?! Há muito a ser desvendado e devemos procurar nos atalhos que percorremos durante o caminho, que é a vida. Às vezes nos sentimos loucas criaturas representando um papel na terra sem nem ao menos saber o porquê.

E, por vezes, a causa disso tudo é o amor. O amor? É o amor. Pois é o amor que nos conduz às escolhas. Nada escolhemos sem que tenhamos afeto sobre determinada coisa, lugar ou pessoa. O amor é o que nos move, é aquilo que nos deixa entre o chão e o céu. Entre a vontade de voar ou simplesmente deixar-se levar. Levar pelo quê? Pela gostosa sensação de amar. Amar o que quer que seja, ou quem quer que seja. Amar por amar. Porque amar dignifica, revigora, satisfaz, anoitece e amanhece ao mesmo tempo dentro do peito quando o sentimento exprime toda a vontade do amor. 

- Intenso demais, não?

Mas amor é intensidade. Sem intensidade nem o trabalho tem o resultado esperado. Sem intensidade o sexo é só sexo, sem tesão. Amor e sexo é a perfeita intensidade e troca de energia. Mas falávamos do amor pela vida, o que tem o sexo? Sexo faz parte da vida. Amar faz parte do ser humano e também dos animais. Da natureza. Amamos até quando dormimos, nos sonhos. Quando bebemos vinho e ouvimos música. Tudo é amor. Sem amor nada teria graça. Às vezes, eu até peço a Deus para trocar meu coração pulsante por uma pedra de gelo, mas Ele sabe que sem amor eu nem acordaria, eu nem mesmo estaria aqui escrevendo esse rascunho.

Por que escrever também é amar. Amar as palavras, a escrita, a sensação de transmitir sentimento através das palavras, ainda que nada disso toque os leitores que, por acaso, lerem essas loucuras que aqui escrevo. Mas escrevo mesmo assim. Com o único objetivo de vomitar as palavras que me engolem quando estou em profunda solidão, quando mergulho de cabeça para dentro de mim as palavras me afogam e então eu as coloco para fora.

Talvez nada disso faça sentido, tanto quanto não sei o sentido da vida. E ainda que eu me questione, viver é a resposta mais adequada.