mar de amor

13 novembro, 2013

arde
invade as entranhas desse mar

mar que se diz amar(go!)

vai! sem remar, sem re-amar
cruzando marés de mares ácidos

(a)mar aberto, as ondas que inundam o ser

música

música
música
música

dó, ré, mi, 
fá, sol, 
lá, 
si 


de quem não sente a música

o som, o preenchimento

a mais pura solidão

aumenta o volume, libera o arrepio

MÚ - SI - CA

imagens, contradições 

abstratas leituras mentais

o que é a música? 
um cenário?

um amor?
uma cor?

uma nota, duas, três, quatro... 

melodia, luz, música, ação, ritmo

POESIA dedilhada 

acordes da realidade... SONHE! 

Encante, cante, ouça música.

O homem mais rico do mundo

Era uma bonita luz. Algo sobrenatural emanava daquela alma. Pura. Livre. Difícil descrever o que senti ao ouvir as primeiras palavras. Um tom extasiante, que me deixou vidrado nos movimentos do corpo dela. Como uma música, instigou-me a querer ouvir cada nota. 

Um repertório melódico e ritmado fez meus olhos sorrirem envergonhados, porém cheios de “tesão”. Excitação no sentido mais sutil. Não que o tesão carnal não seja puro, também o é, mas uma excitação repleta de amor. Seria amor o que senti naquela breve troca? 

Cada dia a mais ao lado dela é como ganhar um ano a mais de vida. As trocas aconteciam de tempos em tempos. Cecília tem alguma coisa de magia no seu jeito de olhar. Eu tenho medo, muito medo. Mas o receio não me paralisa, e são tão poucas as horas na sua companhia.

O sorriso dela... Ah! Um sorriso lindo, de uma beleza límpida. Daqueles que curam qualquer mau humor. Sinto-me protegido quando encosta seu corpo no meu, fazendo subtrair toda dor ou angústia. Ela tem um poder sobrenatural, só pode! Ou estou completamente apaixonado e nem sequer me dei conta. Afinal, têm anos que não me sentia assim... Especial.

Lia me deixa louco com seu jeito natural de ser. Surpreende meus dias com sua inteligência, coloca cor na minha vida. Não sinto preguiça, nem acho que as coisas e pessoas são entediantes. Fez-me enxergar com olhos de magia. Quem sabe eu ainda não tenha despertado a consciência. Eu acho graça quando ela para, para escutar o cantar de um passarinho. Quem é que liga para essas coisas hoje em dia? 

Tão linda. Tão mulher e tão menina. Quero Cecília pra mim, mas sei que não posso ser dela. Cecília é livre. É pura. É ela.

E quando ela é minha, naquelas tão poucas horas, eu sou o homem mais rico do mundo.        

Veia literária

06 novembro, 2013

Talvez eu não saiba o que escrever nesse momento da vida, mas tenho refletido bastante sobre minha veia literária. É certo que não tenho dado a devida atenção, deixei de alimentá-la para alimentar um pouco de mim. Ao mesmo tempo que os nutrientes literários me faltam, formando um buraco vazio e oco, pedindo para ser preenchido.

Mas preenchido de quê?! Aquela velha agonia de  não saber qual caminho seguir: crônicas, contos, poesia, histórias aleatórias, iniciar um livro talvez. Não sei, e enquanto não descubro a veia literária pulsa latente. 

Falta-me um impulso, uma verdade a ser escrita. Algo que mude a minha vida e a vida de outras pessoas. Não, não uma autobiografia. Minha vida só não é suficiente para fazer mudar o caminho alheio. Mas quem é que muda, afinal, o caminho de alguém se não nós mesmos?    

trilhando caminhos

15 setembro, 2013



E desse jeito vou trilhando meu caminho. Mas, qual jeito? Essa forma de ver o mundo com os olhos coloridos. Experiências vividas com coração e alma infantis, doces, puros e conscientes da missão aqui na Terra. E que sorte tenho de poder conectar-me à Pachamama e sentir o seu chamado em meu coração. 

Trilhei no último sábado um lindo caminho até à praia do Saquinho, na Solidão. Pelo nome, já podemos entender o que busco por lá. No caminho até lá, esbarrei em alguns aprendizados, sublimes aprendizados que me permitem observar o mundo com doçura e ternura. Duas mães levando seus pequenos à praia, numa bicicleta, com pranchas, mochilas e tudo o que os dois vão precisar naquele lindo dia de sol. A imagem foi tão terna, que chorei.

Troquei cumprimentos com alguns moradores. Sorri. Toquei o mar. Molhei os pés, e sorri novamente. Sintia-me em casa, como todas às vezes... E quanto mais me conecto, mais percebo que me sinto em casa e que é bom estar aqui sendo um ser espiritual, vivendo uma experiência humana. Iniciando a trilha troquei energia com várias borboletas que cruzaram o meu caminho, dando-me boas-vidas e me recebendo com todo o amor que só a natureza sabe fazer.

Terceira vez que faço essa trilha, mas tudo é sempre tão novo que fico surpresa com cada pedaço de amor. Levei na mochila um pequeno piquenique, com frutas e água. Banhei-me, senti o vento, o mar, a energia. Sentei em uma pedra, sob a sombra e comi as frutas sentindo o sabor de cada uma delas. Logo subi em uma pedra mais alta para admirar o horizonte e me arrisquei sobre outras pedras para chegar até uma pequena fonte de água. Linda, simplesmente.

Tomei mais um banho de mar e orei à Iemanjá, com pura gratidão por aquele dia em que, mais uma vez, me encontrei comigo mesma. Ajeitei-me e tomei o rumo de volta. No fim, decidi ir até à cachoeira. Ainda bem que encontrei um casal, o qual fui seguindo, pois já tinha me perdido. Primeiro banho de cachoeira a gente nunca esquece. Água gelada, límpida e doce. Revigorante, eu diria. Na volta, também me perdi, mas segui novamente o casal que resolveu ir embora logo após.

Voltei para casa com a alma pura, intensa e calma. Pronta para receber as bençãos dos guardiões ancestrais na cerimônia de Temazkal, que foi a segunda experiência mais tocante que tive em um encontro de almas. Sendo assim, neste momento sinto a plenitude em minha alma. A sensação de que posso continuar trilhando meu caminho de coração e alma abertos. Sentindo cada experiência em sua totalidade, sem receio e saboreando cada gota de aprendizado.      

loucura


mistura
a sanidade e a loucura
sincroniza o coração à altura
e envolva sensação mesmo que impura

construa
sua alma acima do seu ego
cuja luz interior te mantém cego
acenda, portanto, a luz espiritual 
e mantenha a energia angelical

astuto
o ser se entorpece de doçura
lacunas expressam a loucura
dos instantes vividos com ternura

ah! a loucura
insana, lúcida, intensa e curta
mentecapto, o coração capta a magnitude
de ser louco, puro 
e transbordante na solitude 

Devaneios da alma

10 setembro, 2013




É surreal. Cada partícula sólida de vida. 
Onde há vida? 
Onde estão os sonhos?
Em nossa mente? Às vezes pacata. Às vezes cansada. 
Onde está a música, o ritmo? 
As partituras do coração afoito por vida?

Em nós. No peito meio vazio, meio cheio. Nos olhos que vislumbram o sol e a lua, que observam o passar do tempo e a pele que sente o passar do vento. Ah! Como é mágico cada centímetro de luz, de treva, sonhos, amores e dissabores. Todos os acontecimentos buscam em nós o despertar da consciência. 

Consciência que grita por liberdade, livre arbítrio. Um rumo sem trajeto. Um caminho de surpresas, encantadoramente repleto de obstáculos, com os quais se possa aprender a caminhar. Viver está além do acordar, trabalhar, comer, dormir (e repetir o ciclo). Se gasta vida ao poupar vida. Encontrar-se é um meio de se perder. Perder-se é um meio de se encontrar.

É preciso parir os sonhos. Nutrir-se da dor para evoluir, mas também alimentar-se de amor para perpetuar a alma. Almas imortais que são tantas formas em um só Universo. Frações de Universo em um peito cheio de sentimento e coragem. O sangue que corre nas veias e pulsa, como acordes nas batidas do coração.

Coração ritmado, acrescentando solidez. Fluidez.
Fogo que alimenta os sonhos. 
Espiritualidade que refaz a mente.
Terra que respira conduzindo os sons. 
Ar que acelera o despertar e desenha linhas tortas com palavras (in)certas. 
Encontros musicais que transbordam o peito de vida.

Índia

26 agosto, 2013


Corre nas matas densas
Dissolvendo seus sentimentos ao vento
Que sopra suave o sabor do mar
Canaliza sua aura e deixa a dor derramar

Espalha o suor das entranhas pelas folhagens
Escalando árvores e voando alto sua visão
Monta em cavalos arredios, cavalga por entre as águas 
Lutando bravamente por sua fiel liberdade

Escuta o barulho da cachoeira
Energiza-se, nua, o corpo e a alma
Que a luz branca que cai na superfície
Encha-te com a energia da natureza

Enquanto a fluidez das águas
Indica o incerto caminho do Ser
Contorna obstáculos, mas os conheça
Cante, dance, vibre o livre arbítrio

Que o seu espírito se conecte com a ousadia
Enquanto brincas com a melodia
De ser uma verdadeira índia 

Tempo Para Meditar

25 agosto, 2013


Relendo textos antigos, encontro um que escrevi e publiquei em 2009. Foi um desabafo cujo conteúdo dizia da chatice da TPM, vulgo Tensão Pré-Menstrual. Sobre a qual também falei o quanto era desagradável menstruar etc.

Hoje, quatro anos depois, e após três ciclos consecutivos, percebo a importância e o quanto é sagrado ser mulher. Antigamente, durante o período menstrual, as mulheres ficavam recolhidas em uma tenda chamada Lua Vermelha, que contemplava todo o sagrado do ciclo menstrual. Neste recolhimento, as mulheres ficavam mais reflexivas, criativas e se curavam espiritual e fisicamente.

O ciclo ainda é sagrado, no entanto hoje a menstruação é vista como algo sujo, irritante e um incômodo que passamos todos os meses. Eu também tinha essa percepção. Porém, após o meu contato com o Sagrado Feminino, através de conversas e estudos e a participação do primeiro Círculo do Sagrado Feminino, no Clã Filhas da Lua; obtive um outro olhar sobre o meu corpo, sobre o meu ser. 


Cada ciclo, cada mulher, cada ser é sagrado por si só. Seja homem ou mulher. Somos o yin e o yang, a energia feminina e a energia masculina. E isto me trouxe um conhecimento muito amplo sobre a forma de conduzirmos nossa vida neste Planeta. Mas, quero trazer aqui o meu parecer sobre todas as vivências que me permiti.

Não é feio ou nojento menstruar. É tão normal quanto respirar. Quando sangramos nos curamos, nos fortalecemos para um novo ciclo. Estamos em pleno contato com a Mãe Terra e com a Vó Lua. O sangue que expulsamos do nosso corpo, é o sangue que ia nutrir uma nova vida, um novo ser. E quando menstruamos, estamos limpando nosso ser para a vinda de uma nova vida, para um novo ciclo. E quando digo um nova vida, também me refiro a novos projetos, mudanças etc.

O ser feminino é um canal receptivo, especialmente quando estamos na Lua (sangrando), e se estivermos em conexão com o Sagrado, percebemos e sentimos diferente. Seria bom, claro, se neste momento pudéssemos nos recolher. Mas sabemos que o dia a  dia não nos permite. A vó Lua tem sido gentil comigo e me oferecido os finais de semana para ficar recolhida quando estou sangrando. E tem sido cada vez mais MARAVILHOSO e sagrado este contato comigo e com a minha natureza.

Você deve se perguntar: "o que essa maluca está dizendo?". Sim, no início achei meio maluca a ideia, porque a falta de informação e de conhecimento nos deixa ignorantes ao que é realmente essencial em nossas vidas. Fazemos parte da natureza, somos a natureza e devemos nos tratar como tal. Sendo a natureza sagrada, também somos sagrados.

Logo, a minha TPM é o meu Tempo Para Meditar sobre tudo o que precisa ser curado para a chegada de um novo ciclo. Cultivando a minha verdadeira natureza.

Quanto mais nos distanciamos da natureza, mais deixamos de Viver!
       

Palavras soltas

22 agosto, 2013


Tem dias que quero muito escrever, mas não sei exatamente sobre qual assunto. Surge palavras soltas, alguns sentimentos, meras distrações. Formo frases em pensamento, engatilho poesias, no entanto nada me parece fazer sentido. Então, apenas escrevo, dedilhando letras, palavras, parágrafos que dizem algo sobre mim, sobre a vida, sobre os dias. Neste momento, não sei quem realmente escreve: se sou eu, um pseudônimo, uma energia, um sentimento.

Há algo acontecendo que não sei explicar o que é. Talvez uma transformação, misturada com o recente renascimento, reconexão com a Mãe Terra, com a Deusa, comigo mesma. Estar em contato com o Sagrado trouxe uma nova forma de enxergar a vida. Ainda que energias ou espíritos tentem me desviar do caminho, mantenho o coração e a mente em harmonia para que continuem a caminhar, sem pensar no destino, sem pensar no amanhã. Vivendo o hoje com todo o seu esplendor. Sim, pensar no futuro me deixa um pouco ansiosa, devido aos novos caminhos que irão chegar. Entretanto, aprendi com os últimos acontecimentos a importância de viver um dia após o outro.

Cada momento vivido é um aprendizado, uma bagagem, um novo sentimento ou a transmutação de velhos sentimentos. Cada som, cada vento que toca o corpo, cada passo incerto, todo olhar ou sorriso, um beijo, um toque, um sussurrar da Mãe Terra é um indício do quanto é Sagrado viver neste planeta. Ainda que seja totalmente maluca a ideia de viver aqui. Não sei você, mas eu me pergunto todos os dias: o que eu sou, o que é o mundo, o que é o Planeta Terra, o que é o Universo? Soube dia desses que descobriram outros Universos. O que separa os Universos? Parece-me tão maluco. Mas, se aqui estou, que pelo menos meu caminho seja em toda a sua completude.

Mesmo que a gente se perca algumas vezes na inércia da vida, lá no fundo sabemos qual a nossa verdadeira missão: ser livre.    

O ritmo do corpo

19 agosto, 2013


E quando toca aquela música

O corpo se desfaz em arrepio
O coração pulsa ritmado pelas cordas do violão
Solidifica o instante puro e límpido

Cada partícula vibra uníssono
Caracterizando o sentimento que reverbera 
Quando o som penetra nas artérias 
E explode no peito, intenso e suave

A energia que o corpo exala
Flutua na sua mais pura forma
Conduzindo a sensação de leveza
Como numa bolha que voa na natureza selvagem

Íntegro, o corpo se une ao calor da música
Enquanto o ritmo se dissolve em gotas 
E como luz, tocam a fauna e a flora 

O som cristaliza

E os cristais formam a anatomia da partitura
Preenchendo os espaços vazios com melodia.

Permitir

14 agosto, 2013


Que eu me perca mil vezes
E encontre o caminho outras tantas
Deixo o sonho encobrir meus erros
Enquanto busco o eu sobreposto aos medos

Que a loucura traga sanidade
Pois o adjetivo do meu ser não é a santidade
Busco na maresia um gosto pela vida
Gratinando minha pele de luz

Que o lacre da solidão não se desprenda
É na solitude do meu ser que me encontro
Às vezes mulher, às vezes criança
Que os instantes me mantenham sólida, mas livre

No meu eterno livre arbítrio eu caminho
Na certeza de ser inteira quando me permito

07 agosto, 2013

Começo
Meio
Fim

Será que tem fim?
Cada começo se origina de um fim?
E o meio?

Que será que sei sobre mim?
Será meu mundo feito por quem?

E vai que o mundo tem fim, não passei pelo meio 
nem me permiti o começo, para não ter fim.

Começo, meio, fim.
Fim, meio, começo. 

Segue a roda viva, 
entre os meios e os tropeços.    

reconexão

05 agosto, 2013


Após alguns dias, começava a pousar levemente na terra. Sentindo a energia da gravidade, firmando os pensamentos e reavaliando o tempo que ficara inerte ao mundo, e a ela mesma. Os olhos ainda marejados coloriram o ambiente, iniciava uma profunda conexão com o Ser. Sentiu o corpo, o arrepio da pele, o vento tocar o rosto, o barulho do coração, o pulsar das veias. Voltou a si, portanto. 

Foram momentos de extrema solidão e inconstância, medo e choro, vazio e um preenchimento transbordante que não conseguiu definir a origem, nem mesmo o final... Se é que havia término. Tal como o rio que, em determinado momento, junta-se ao mar sem qualquer destino a partir dali. Teria o rio uma nova origem? Ou ao se embriagar ao mar, seria o fim? Perguntas borbulhantes faziam da sua mente uma enorme bolha, que se expandia de interrogações e pequenas exclamações, para se lembrar que estava viva. 

Tinha total consciência de que tudo que vivera até ali foi, em sua vida, o momento mais especial que pudera ter experimentado. Um momento recheado de pequenos instantes de vida, de gozo, de plenitude, de amor. E lá no fundo, sabia que continuaria a ser mais do que especial. Uma lembrança gostosa da sua breve vivência na terra. 

Não sentia mais tanto medo, o passar das estações a deixou mais leve de certo modo. Sentia-se viva, afinal. E a bolha que explodira deixou fragmentos dos sentimentos que vivera. O coração iluminado pela lua, mantinha-a aquecida. Seu interior tão íntimo trazia a sensação de dever cumprido, e a reconexão com o mundo a certeza de que teria muitos instantes para viver.

Talvez um novo ciclo estivesse começando. Ou tivesse que continuar a caminhar, pois entende que nada tem fim, nem meio. Nem outros começos, apenas um longo caminho de morte e reconexão. Mas em todos os processos, a capacidade de enfrentar-se e descobrir-se e manter aceso o fogo que vibra e reverbera por toda a natureza.

Ainda que a vida seja uma eterna contradição. 

O sol, mesmo encoberto por nuvens, continua a brilhar.

em alto mar

29 julho, 2013


É uma voz que grita

Expande meu ser, meu espírito
Meu corpo lateja, o sangue corre
Transcende toda sorte de sentimento

Luar embriaga meu coração
Trazendo à tona a força do meu íntimo
Íntimo quente, vibrante, latente
A lua que toca a pele arrepia 

O som da batida do meu peito
Faz canção aos meus ouvidos
Quando entrego meu suor ao seu
Um grão de mar se abre aos meus pés
Embarco o amor numa jangada e navego

Nas tuas ondas delicadas
Desembarco em alto mar
E lá de cima, o luar 
Veste de luz as minhas jornadas

a lua e a mulher

27 julho, 2013


Ser luz
Ser lua em cada fase
Ser espírito e brilhar em cada instante
Ser energia de alma aberta

Coroar o amor que o Universo nos presenteou
Criar um espaço de sentimento interno
Praticar a compaixão inerente à consciência
Solidificar a beleza e a essência de ser quem se é

Sangrar é regar a energia, é renovação
Cultivar a solicitude do momento
Carregar dentro de si a harmonia do mundo
Gerar vida em cada ciclo

Sentir a alma transmutar para receber o novo
Manter o fogo aceso e o coração acolhedor
Lutar bravamente pelo seu espaço e aceitar o desafio
Abrir-se e deixar-se ver, como a lua e suas fases

Ser toda a feminilidade num corpo de mulher.

Deixa

16 julho, 2013

Vem, dê-me sua mão. 
Não pretendo guiar teus passos, quero apenas sentir o calor.
Não tenha medo, também sou alma gêmea da liberdade.
Deixa eu tocar seu rosto, aquecer meu coração.

Na minha tão delirante solicitude, gosto da sua presença.
Sempre tão quente, tão viva, tão vermelha. Como fogo. 
Fogo que arde sem se ver.
Escuta os meus pensamentos, sonha comigo por alguns instantes. 

Deixe-me viver. 
Tu que és tão vivo. 
E que impulsiona os meus sentimentos mais impuros e doces. 
Fique até amanhã, gosto do teu sorriso ao amanhecer. 

Teu abraço tão suave reacende o que há de mais belo em mim. 
Depois você pode ir, voe para o mundo. 
Mas deixa a energia livre, 
Pois o amor é como um pássaro.


Luz e escuridão

14 julho, 2013


Ser luz e escuridão
Nessa imensidão de mundo
Mente barulhenta no silêncio noturno
Abrindo espaço para os questionamentos da vida

A luz que invade
Como uma melodia, mesmo que tardia
Expressando toda a musicalidade de uma flor
Capta na luz a sombra que se forma na órbita do coração

Junto à luz, o amor divino 
Capaz de intensas movimentações 
A energia geradora de luz
Contrapondo toda a escuridão que surge no âmago

A sombra também é luz
Traz consigo todo o conhecimento da mãe Terra
A vó Lua com todo o seu brilho emana sabedoria
E a escuridão se torna amiga em todos os momentos de (sobre) vivência

Deixar-se ser o que se é
Saltar no abismo da incerteza
Interligados pela feminilidade da terra
Na busca pela vida, entregar-se à luz e à escuridão 

Somos espírito e matéria
Circundados pelo amor divino
A mãe Terra nos abençoa e a vó Lua nos guia
No infinito caminho da alma.   

08 julho, 2013

Um dos piores erros no processo educacional de crianças e adolescentes é o incentivo à competição. O instinto de competição gera no indivíduo expectativas sobre determinado objetivo, levando-o a uma incessante busca em se tornar melhor que o outro, impedindo a sua própria evolução. A competição gera guerra e afasta o sentimento de compaixão que temos.

Devemos lembrar que estamos aqui para ajudar e compartilhar uns com os outros. 

A metamorfose de cada dia

02 julho, 2013


Chega um momento na vida que passamos a enxergar as coisas de outro modo. Não só vemos, mas enxergamos e entendemos o motivo de tantos acontecimentos. É um processo muito louco, porque vai dando uma vontade infindável de gritar e retirar todo esse aprendizado de dentro. É o que acontece comigo neste momento.

Há uma criatura dentro de mim que chamo de "meu eu", querendo sacudir o mundo interno e espalhar qualquer coisa que venha recheada de sabor, de amor, de vida. É um misto de felicidade, agonia, abismo, sonhos, medo, aflição por - ainda - não conseguir dar o primeiro passo. Talvez só falte saber por onde começar, mesmo que o pontapé já tenha sido dado. 

E a cada dia, cada minuto de sabedoria que eu passei a aprender com a vida, transbordo minha mente e meu peito de uma sensação inexplicável... Por vezes, vejo um único cenário: o muro, eu e o abismo. Um sentimento que não sei descrever. Sinto meu coração se expandir de vazio e, ao mesmo tempo, uma imensidão de coisas estranhas, reais e abstratas tomam conta da minha mente. 

E quanto mais eu tento controlar meus pensamentos, mais meu peito se expande. É tudo muito novo e sou tomada por uma crise de ansiedade que me faz perder os movimentos, que me tira da realidade e me deixa complexa. Tenho consciência de que tudo acontece no seu tempo e que preciso ter calma e deixar que tudo flua como deve ser, mas a cada descoberta, procuro por mais, pesquiso mais, vejo mais, sinto tudo com mais vigor e sentimento.

Depois de sair e voltar várias vezes para a bolha que me mantinha segura, e encontrar o meu verdadeiro eu, fica ainda mais difícil lidar com as coisas do mundo. E trazer este equilíbrio para o dia a dia é um processo dolorido, mas necessário para conseguir viver. 

Mudança de hábito

15 junho, 2013


Toda escolha traz consigo adaptação. As decisões geram mudanças, seja na rotina, na forma de pensar e agir, outra casa ou outro lugar. Portanto, quando fazemos uma escolha, independente do âmbito, haverá uma mudança. E com essa transformação, adaptar-se é preciso. Caso contrário, a decisão não foi tomada em sua totalidade e as consequências irão aparecer cedo ou tarde.

Há algum tempo, decidi aderir ao vegetarianismo. Não recordo bem em que ano foi, mas acho que tem uns três ou quatro anos. A decisão partiu da escolha da minha irmã, achei a atitude dela bastante madura para uma garota de 15 anos e eu queria incentivá-la de alguma forma. Seis meses depois voltei a comer todo o tipo de carne. Primeiro, a decisão não tinha sido tomada com um propósito pessoal; segundo, não me adaptei, adoeci e tive que retomar o consumo de proteína da carne. 

O tempo passou e há uns dois ou três meses fiz uma nova escolha. O vegetarianismo. Neste momento, a opção é madura e visualizo um propósito pessoal. Pesquisei, questionei e entendi a importância, nutricional e ideológica, dessa decisão na minha vida. Se é fácil? Não, não é. Para quem sempre foi carnívora, deixar de consumir carne é um processo bastante intenso, mas recompensador.

Sinto visível diferença na saúde, cada vez melhor e fortalecida. Este fator me ajuda a não desistir. Além, é claro, da questão ideológica (que, neste momento, não cabe descrever). No início não consegui substituir a proteína da carne por outro alimento, então o carboidrato foi o mais consumido. Com o tempo, ingeri mais vegetais e legumes que me deram uma boa quantidade de proteína, cálcio e todos os nutrientes diários que o organismo necessita. E aos poucos alterei minha rotina alimentar, cuidando sempre para não deixar de comer os alimentos certos. Tropecei alguns momentos, por pura preguiça. Mas eu não podia permitir que uma decisão tivesse uma consequência ruim na minha vida.

Hoje acordei disposta a mudar toda minha alimentação. Fui à feira e fiz o rancho dos vegetais e frutas e já começo a montar meu diário de receitas vegetarianas. Estou bastante satisfeita com essa mudança e tenho me adaptado cada vez mais à escolha. Além da ótima sensação de fazer o que é certo, contribuindo para o equilíbrio da natureza.

A intenção do texto não é fazer com que você repense seus hábitos alimentares. É expor que toda decisão têm uma mudança benéfica quando bem administrada, e melhor ainda quando parte do princípio do bem, a você e ao Universo.

A decisão tem um propósito e deve ser tomada com equilíbrio, corpo e alma. 
   

À beira mar

20 maio, 2013


O que há por trás do céu? 
Quem será que nos observa?
O que existe no horizonte, quando o mar toca o infinito?

Será o céu tão finito quanto o mar?
E debaixo da terra, o que existirá? Energia?

Fogo?
Gelo?
Mais água ou mais céu?

Qual a idade do céu?
Qual o tempo da nossa existência na terra?
De onde viemos, afinal?

Da música, do cantar dos pássaros? 
Somos sementes, talvez energia.
Ou será que somos pontos de interrogação?

É tudo novo de novo? E o que somos talvez seja só ilusão. 

Vamos mergulhar do alto onde subimos.

O que é isso que sentimos quando em conexão
com nós mesmos e com o Universo?

Uma vontade de viver e também de morrer e ser energia,
uma nova alma, um novo começo.

O processo do despertar

18 maio, 2013


É doido quando chega o momento. O terreno sempre foi propício, mas o despertar demora a florescer. Porém, cada cultivo, cada rega garante um forte crescimento. Enquanto a alma aguarda os anos e as estações, o corpo vivencia o que o mundo oferece. De certa forma, o corpo capta toda a energia necessária para o despertar, ainda que não haja consciência disto. 

De todas as maneiras, durante o caminho, evoluímos o espírito. Seja na leitura de um livro, ao assistir um filme, ao conhecer alguém especial. Neste último, tanto quando nos demais processos de (r)evolução, há uma infindável troca de experiência e conhecimento, fazendo com que as percepções se desenvolvam. E a cada nova percepção sobre a vida, o aparecimento de alegrias e tristezas. 

O processo do despertar traz também angústia, pois movimenta as células do nosso corpo, trazendo à superfície uma infinidade de sentimentos nunca antes experimentados, porque preferimos fechar os olhos para o que sentimos; tentando ser racionais, como uma válvula de escape, um escudo. Mas se analisarmos, acho que esse mecanismo deixa a vida mais difícil de enfrentar. Não é tão complicado ser simples, basta deixar vibrar.

As coisas boas vão acontecendo - e não são resultados materiais -, são as boas sensações que começam a transpirar na sua passagem pela terra. Todo movimento ainda que involuntário produz sementes, que são lançadas e o vento se encarrega de espalhar. Seja em um projeto, em uma conversa, num texto qualquer, em um sorriso, olhar ou abraço. É o cultivo que prepara a terra.

Quando você, enfim, se entrega; cada sensação é um renascimento. Despertar é uma escolha; é preciso que haja entendimento e esteja 100% pronto para receber o que a natureza tem a despejar nas nossas mentes. Encontre-se, deixe-se acreditar, liberte-se e entre em verdadeira conexão com você e com a vida. Ela é uma só e precisa ser vivida.

Eu poderia descrever cada partícula, cada célula restaurada deste meu processo do despertar, mas passaria horas escrevendo aqui. E sei que há muito o que aprender para que o download seja completo. E com perseverança, estou no caminho e já é uma grande vitória.

Desperte.   
   

O mar, o blues, o céu

15 maio, 2013

O mar, o blues, o céu
Conjunto harmônico
A natureza é singela
Não pede nada além de amor

Somos natureza
Somos um pouco de mar, de blues, de céu

Encanto-me ao ouvir o blues
enquanto observo
o mar tocar o céu
lá no horizonte

Produzo pequenos trechos
de poesias inacabadas
Por que a natureza não se escreve
Apenas se grava na memória

E pra que entender
Se é tão sublime a harmonia que há
entre o mar, o blues e o céu

Poemas inacabados, conjunto de palavras sem sentido
Assim que é bom viver, adormecer e amanhecer.



...
Rascunhos de um ano qualquer.

Poesia compulsiva.

A poesia é suja
delineia curvas em sentido anti-horário,
cujas palavras mudas caracterizam o que é arbitrário.
Grita sinônimos ocultos e dentre elas o verbo.

A melodia das palavras envolta em uma bolha
alcança altura tal que a natureza, com seus graves, agudos e baixos
sublima aquela sensação que só a música transmite.
E com o seu mais encantador ruivar, a melodia torna-se poesia.

...

Dasatando nós

06 maio, 2013


Eu só queria não ser tanto a m o r
Ter menos medo e mais coragem. 
Ser menos eu e mais ninguém. 
Esquecer-me por alguns instantes

Mas tudo lateja inconstante, deixando rastros
Largando pedaços de mim por todo lado. 
Não pedi para sentir, não pedi para amar. 
Nem ao menos pedi para estar aqui. 

Em um mundo tão cheio de lutas. 
Um espaço ocupado por diferentes energias.
Inúmeros sentimentos espalhados. 
Quebrando muralhas, desfazendo laços e deixando nós pelo caminho. 

Não, definitivamente, eu não queria estar aqui. 

Mas aqui estou e escrevo para desatar os nós.
Os dedos doem, os nós estão apertados e eu me sufoco. 
E num grande estouro, arrebento meus botões e me desfaço.

Desfaço o nó, ajeito o laço e me refaço

O choro incontido lava o rosto agoniado e traz a calma.
Mas na garganta, o desejo incontrolável de sentir. 

E na paz, eu vivo a eterna contradição de ser quem sou.

Imaginação

01 maio, 2013


Às vezes caminho entre nuvens de pensamentos, que me levam à tenra imaginação. Como se estivesse em plena levitação, meu corpo sente o vento, o calor do sol e o cheiro da brisa, de tal modo que me faltam os batimentos, como numa galáxia distante. Porém o coração acelerado assume o controle sobre o pulsar das veias em constante propulsão, levantando-me, alcançando pleno voo.

Com um pouco de sorte, mantenho-me equilibrada sobre a forte camada de nuvem e deixo que me leve, bem leve e relevo toda a angústia até aquele efêmero momento. Momento único, no qual me permito toda e qualquer loucura. A imaginação é o mais próximo que tenho para sair da bolha, para alcançar níveis nunca antes experimentado. E é a partir dela que a vida contradiz tudo o que não era possível realizar. Tudo o que foi dito de politicamente incorreto ou qualquer coisa do gênero. 

Então, como o doce mais gostoso da vitrine, deixo-me levar pela sensação de não sentir o corpo e ainda assim ouvir o pulsar do sangue irrigando minh'alma. E sinto o sopro que derruba lágrimas em meu rosto, como num processo de adubo espiritual. E neste exato instante, esqueço-me, abstenho-me do mundo real e vivo. Vivo cada segundo, porque olho para dentro e me vejo e compreendo. Compreendo a fragilidade, mas também a coragem e a rigidez da vida.

O choro cada vez mais forte cria um pequeno lago e posso ver o reflexo. Enxergo vidas, lembranças, saudades, sonhos, passado e presente. As lágrimas dão sentido, como um processo necessário de limpeza interior. Queria não sair mais daquele mundo, talvez daquele sonho, da imaginação que me levou a um lugar muito, muito distante. Habitado por mim e toda a natureza viva, intacta, perfeita aos meus olhos, que agora sorriem livres e cada vez mais evoluídos. Porque momentos assim fazem revolução dentro de mim.

É preciso voltar, e quando abro os olhos caiu de uma só vez. Sem dor e sem sofrimento. Só o sentimento de paz. 

Rascunhos de amor

19 abril, 2013


Não, realmente não sei o sentido da vida. Questiono-me por vezes, mas noutras prefiro não achar as respostas. Qual graça teria sem as surpresas que a vida nos proporciona se já soubéssemos o destino ou o sentido?! Há muito a ser desvendado e devemos procurar nos atalhos que percorremos durante o caminho, que é a vida. Às vezes nos sentimos loucas criaturas representando um papel na terra sem nem ao menos saber o porquê.

E, por vezes, a causa disso tudo é o amor. O amor? É o amor. Pois é o amor que nos conduz às escolhas. Nada escolhemos sem que tenhamos afeto sobre determinada coisa, lugar ou pessoa. O amor é o que nos move, é aquilo que nos deixa entre o chão e o céu. Entre a vontade de voar ou simplesmente deixar-se levar. Levar pelo quê? Pela gostosa sensação de amar. Amar o que quer que seja, ou quem quer que seja. Amar por amar. Porque amar dignifica, revigora, satisfaz, anoitece e amanhece ao mesmo tempo dentro do peito quando o sentimento exprime toda a vontade do amor. 

- Intenso demais, não?

Mas amor é intensidade. Sem intensidade nem o trabalho tem o resultado esperado. Sem intensidade o sexo é só sexo, sem tesão. Amor e sexo é a perfeita intensidade e troca de energia. Mas falávamos do amor pela vida, o que tem o sexo? Sexo faz parte da vida. Amar faz parte do ser humano e também dos animais. Da natureza. Amamos até quando dormimos, nos sonhos. Quando bebemos vinho e ouvimos música. Tudo é amor. Sem amor nada teria graça. Às vezes, eu até peço a Deus para trocar meu coração pulsante por uma pedra de gelo, mas Ele sabe que sem amor eu nem acordaria, eu nem mesmo estaria aqui escrevendo esse rascunho.

Por que escrever também é amar. Amar as palavras, a escrita, a sensação de transmitir sentimento através das palavras, ainda que nada disso toque os leitores que, por acaso, lerem essas loucuras que aqui escrevo. Mas escrevo mesmo assim. Com o único objetivo de vomitar as palavras que me engolem quando estou em profunda solidão, quando mergulho de cabeça para dentro de mim as palavras me afogam e então eu as coloco para fora.

Talvez nada disso faça sentido, tanto quanto não sei o sentido da vida. E ainda que eu me questione, viver é a resposta mais adequada.  



  

Everything.

12 fevereiro, 2013


Tem dias que os pensamentos me enforcam, implodindo todo tipo de sentimento dentro de mim. Rasgando cada partícula de força que me mantém presa ao chão. Revido em lágrimas toda a angústia gerada por essa violência interna que eu ainda permito.

Policio-me a todo instante, impedindo que as forças concretas abalem a estrutura tão segura que eu mesma construí, mas tudo é tão inconstante. Tão estranho, que os abalos sísmicos tornam a voltar, entregando o que há de mais sentimental em mim. Lembrando que aqui dentro ainda vive alguém.

Mas eu me policio mais uma vez, esvaziando as lágrimas e as repentinas dores que me cercam durante a implosão. De nada adianta, pois tudo é arremessado dentro da bolha, e sempre reflete de volta. Ainda que a bolha tenha perdido um pouco sua força sobre mim, ainda me escondo no casulo, com medo - quase imortal - de viver, de sonhar. De amar.

Estranha forma de gerir meus sentimentos, engulo em seco cada um deles por puro medo de me afogar. E quando me falta um pouco de ar, expiro e inspiro tentando me salvar: de mim mesma. Eu não sei para onde vou, nem mesmo quem realmente sou. Tenho apenas consciência que continuo na estrada errada do meu caminho, e entre pedregulhos e farpas vou me construindo e desconstruindo.