Imaginação

01 maio, 2013


Às vezes caminho entre nuvens de pensamentos, que me levam à tenra imaginação. Como se estivesse em plena levitação, meu corpo sente o vento, o calor do sol e o cheiro da brisa, de tal modo que me faltam os batimentos, como numa galáxia distante. Porém o coração acelerado assume o controle sobre o pulsar das veias em constante propulsão, levantando-me, alcançando pleno voo.

Com um pouco de sorte, mantenho-me equilibrada sobre a forte camada de nuvem e deixo que me leve, bem leve e relevo toda a angústia até aquele efêmero momento. Momento único, no qual me permito toda e qualquer loucura. A imaginação é o mais próximo que tenho para sair da bolha, para alcançar níveis nunca antes experimentado. E é a partir dela que a vida contradiz tudo o que não era possível realizar. Tudo o que foi dito de politicamente incorreto ou qualquer coisa do gênero. 

Então, como o doce mais gostoso da vitrine, deixo-me levar pela sensação de não sentir o corpo e ainda assim ouvir o pulsar do sangue irrigando minh'alma. E sinto o sopro que derruba lágrimas em meu rosto, como num processo de adubo espiritual. E neste exato instante, esqueço-me, abstenho-me do mundo real e vivo. Vivo cada segundo, porque olho para dentro e me vejo e compreendo. Compreendo a fragilidade, mas também a coragem e a rigidez da vida.

O choro cada vez mais forte cria um pequeno lago e posso ver o reflexo. Enxergo vidas, lembranças, saudades, sonhos, passado e presente. As lágrimas dão sentido, como um processo necessário de limpeza interior. Queria não sair mais daquele mundo, talvez daquele sonho, da imaginação que me levou a um lugar muito, muito distante. Habitado por mim e toda a natureza viva, intacta, perfeita aos meus olhos, que agora sorriem livres e cada vez mais evoluídos. Porque momentos assim fazem revolução dentro de mim.

É preciso voltar, e quando abro os olhos caiu de uma só vez. Sem dor e sem sofrimento. Só o sentimento de paz. 

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