Dasatando nós

06 maio, 2013


Eu só queria não ser tanto a m o r
Ter menos medo e mais coragem. 
Ser menos eu e mais ninguém. 
Esquecer-me por alguns instantes

Mas tudo lateja inconstante, deixando rastros
Largando pedaços de mim por todo lado. 
Não pedi para sentir, não pedi para amar. 
Nem ao menos pedi para estar aqui. 

Em um mundo tão cheio de lutas. 
Um espaço ocupado por diferentes energias.
Inúmeros sentimentos espalhados. 
Quebrando muralhas, desfazendo laços e deixando nós pelo caminho. 

Não, definitivamente, eu não queria estar aqui. 

Mas aqui estou e escrevo para desatar os nós.
Os dedos doem, os nós estão apertados e eu me sufoco. 
E num grande estouro, arrebento meus botões e me desfaço.

Desfaço o nó, ajeito o laço e me refaço

O choro incontido lava o rosto agoniado e traz a calma.
Mas na garganta, o desejo incontrolável de sentir. 

E na paz, eu vivo a eterna contradição de ser quem sou.

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