meras poesias.

26 novembro, 2008

Sinto-te profundamente entre meus poros
A pele em frenético arrepio me surpreende quando sinto seu toque pelo sopro do vento.
Ah! Poder falar-te dos meus anceios, puramente simples,
Faria dos meus sentidos o doce que sinto quando o derramas no meu corpo.
Oh! Madrugada.
É com ela que flutuo esse sentimento, enquanto percebo sua presença entre as estrelas.

Doe!

25 novembro, 2008

O que não é mais necessário para você, pode ser necessário para outro!!
Galera de Floripa e região, doe o que você puder para ajudar aos desabrigados: alimento, vestimenta, calçado, roupa de cama, qualquer coisa que possa levar o mínimo de conforto para quem precisa é bem vindo.
Quem puder ajudar entra em contato comigo.
Agradecemos!

A força da água.

chuva

chu.va sf (lat pluvia) 1 Meteor Vapor d'água, condensada na atmosfera, que se precipita sobre a terra em forma de gotas. 2 Água que cai das nuvens. 3 Tudo que cai do ar em abundância: Chuva de cinzas. 4 Abundância, ocorrência simultânea e sucessiva de muitas coisas: Chuva de pedidos. 5 Bebedeira, embriaguez. sm gír Indivíduo que se embriaga com freqüência. C.-criadeira, Reg (Nordeste): chuva miúda e contínua. C.-de-caju ou c.-de-rama: chuvas que, no Norte do Brasil, caem em setembro e outubro e favorecem a maturescência dos cajus. C.-de-ouro, Bot: a) planta orquidácea (Oncidium flexuosum), também chamada de canafístula-verdadeira; b) planta ornamental, da família das Leguminosas, subfamília das Papilionáceas (Laburnum vulgare ou Cytisus laburnum). C. de pedra, Meteor: precipitação de granizo; saraiva, saraivada, granizada. C.-dos-imbus: o mesmo que camboeira. Estar na chuva: estar embriagado.



Quanto significado tem a chuva, interessante saber suas variações. Também há aqueles significados como fartura para o plantio, bênção depois de uma temporada de seca, refrescante depois de um dia inteiro de muito calor.

Porém, para quem está acompanhando os últimos acontecimentos no Estado de SC a chuva significa morte, tragédia, perdas, fome, frio, desabrigo. É, a chuva já não é mais tão abençoada nesses últimos três meses.

Nós enfrentamos a natureza com tanta vontade e força, e mal sabemos a força que ela tem. As consequências estão expostas em todos os meios de comunicação. Não podemos trazer de volta os que se foram, mas podemos ajudar com pouco cada um dos que perderam seus patrimônios.

Quem sabe isso tudo conscientize o ser humano, o quanto a natureza oferece para o equilíbrio do universo. Quanto mais utilizarmos suas fontes sem repor mais desequilíbrio obteremos. Buscamos tanto por equilíbrio emocional, pessoal, corpo e mente, no entanto não entendemos que toda a natureza contribui, positiva ou negativamente, para o nosso equilíbrio: é só saber usá-la.

O aquecimento global está na nossa cara, e insistimos em contribuir para piorar a situação; a população cresce mais a cada ano, são mais habitantes que contribuem para o desequilíbrio do planeta. Chega, não tem mais espaço! O mundo já não é tão verde e colorido, tem um panorama cinza, sem brilho cuja matéria é de concreto. Quem sabe andaremos por aí com máscaras de oxigênio? Logo, logo teremos algumas empresas especializadas nisso. Imagine! Máscaras com cores e design personalizados para as meninas combinarem com os seus sapatos? Legal, heim!?

Será o fim?

Desculpem o meu protesto, isso é sincero, vem de dentro. De todas as formas toda essa tragédia que está acontecendo por aqui me tocou. Falar não vai resolver o problema daqueles que estão em abrigos, mas quem sabe conscientiza.

Eu não sou exemplo de "indivíduo ecologicamente consciente e correto", mas nunca perdi a humanidade.

Mais notícias sobre a tragédia em SC,
aqui.

penso pensamentos, peso.

24 novembro, 2008

Sinto como se meus pensamentos fossem efêmeros, criados pelo confuso fato de que não viveria sem pensar. Pensar machuca tudo que temos ao nosso redor, ao mesmo tempo que supre toda a importância do ser.
Partindo do princípio que "se penso, vivo"! Tão incompreensivo, incomum, passivo de suicídio quando em um pequeno espaço de tempo escolho, simplesmente, não pensar. Tão incoerente não querer pensar que pensar virou rotina. É chato pensar algumas vezes, é torturante, massante, cansativo. A mente em profunda atividade buscando completar, traduzir, retificar, glorificar e entender lapsos subsequentes que insistem em julgar os atos, impor obstáculos aos anceios, procurar modos de como agir ou solucionar um problema causado por um pensamento ou ato de um outro, e até de nós mesmos.

E este círculo vicioso/virtuoso nos convida, dia após dia, a manter a mente aberta aos novos e velhos pensamentos e quando estivermos cúmplices e em paz com nossa mente, da mesma forma que os pensamentos virão, irão sem esforço, causado pelo equilíbrio entre nós e o que nos abraça.

Quando isto acontecer os pensamentos já não serão os monstros que criamos e, sim, uma leve brisa capaz de revirar uma cachoeira de virtudes.

Bilhetinho azul.

21 novembro, 2008

Vocês lembram sobre um Concurso Literário que participei? Então, foram exatos 3 meses de luta quase diária para saber o resultado do bendito concurso, eu ligava e um amigo que participou também. Sempre tínhamos uma resposta na ponta da língua, mais uma desculpa do que qualquer outra coisa pacífica de credulidade.
Enfim, eis que me vem uma resposta, em suma: a verdade é que o concurso não teve coro suficiente para ser um grande evento, a comissão concluiu que é mais fácil premiarmos todos os pseudo-escritores, com um singelo agradecimento pela participação.
Muito bom! Cadê a M do incentivo à cultura? O povo precisa de conhecimento, coisas úteis, inteligentes, bonitas. Chega de "eguinha pocotó" e outras breguices que só deixam a população mais inerte. [Desculpem o protesto].
Ainda assim, eu mesma premio o meu conto, gostei dele, achei fofo. Faço dele, digno de primeiro lugar e a crônica do Nando também! Se ele me autorizar, vocês entenderam um pouco sobre Floripa em palavras suscitas, populares e com um pitaco de um mané apaixonado pela ilha.
_______________ Bilhetinho Azul.
Seu mais ligeiro olhar facilmente me descerra era o que dizia aquele bilhetinho azul. Senti um leve pulsar das minhas veias latentes que iam desde o pescoço ao início do pulso.
Impossível compreender que tal sentimento era puro, se há dias atrás nem um olhar encontrava o meu. Deixei que aquela sensação de ser amada tomasse conta do meu corpo e alma, mesmo que a razão, ousada, bloqueasse o momento.
Aquele bilhetinho azul fez de um dia cinzento o céu mais colorido, e o arco-íris tinha seu começo e fim do lado esquerdo do meu peito. A chuva era constante e densa, adentrei por baixo dela rumo à praça, vazia, pelo medo da tempestade. Naquele momento nem a mais intensa garoa me faria ficar longe do mundo que me cercava.
Avistei de longe uma silhueta inquieta atrás dos arbustos altos da praça, com os quais um belo cercado abraçava o parque. Observei aquela inquietação insistente e, de onde eu estava ouvia sua respiração ofegante. Paralisei os passos, devagar chegava cada vez mais perto. O coração agora pulsando de medo e de amor.
A chuva cessou um pouco, um silêncio repentino se fez presente. Consegui distinguir uma figura fina, cabelos compridos e uma franja que lhe cobria os olhos. Tinha altura mediana e os olhos inchados pela tempestade ocular.
- Oi – investi em um diálogo. Ela se limitou a olhar de canto.
- Você precisa de ajuda? – insisti com medo de parecer impertinente.
- Oi. Não preciso não, só preciso ficar só. – disse.
- Mas você não pode ficar nesta chuva, molhada deste jeito, pode ficar doente – tentei ajudá-la.
- E quanto a você? Também está na chuva. – falou um pouco aborrecida.
Sorri.
- É, você tem razão, mas é que me faltou razão quando escolhi estar aqui – expliquei-me.
- Você deve ser louca! – exclamou.
- Desculpe a intromissão. O que são essas folhas rasgadas? – perguntei.
- Velhas obras, indistinguíveis. Meras palavras, letras crônicas, sem sentido. Ando exausta, sou um nada. Queria ter nascido da arte, crescido com a arte e quero morrer pela arte. Tanto esforço desnecessário, se nem ao menos tenho alguém para me incentivar. Todas as folhas rasgadas foram textos, desenhos, obras sem sentido mais que tinham todo o sentido para mim. Agora, as folhas, nem para reciclar. A arte que pulsa dentro de mim não serve nem para álbum de fotografia ou museu. Desculpe o desabafo, você não deve ter entendido nada e ainda deve estar pensando que a louca sou eu.
- Não, não, de forma alguma, pode desabafar. Você não me conhece, mas quando estou angustiada nada melhor do que conversar com alguém, e saiba, melhor ainda quando não conhecemos o ouvinte, pelo menos não nos dão conselhos.
- Estou frustrada, angustiada. Cansada de ser quem não sou. A arte pulsa dentro de mim e as pessoas com quem convivo acham loucura.
- Sei como é. Não sei ao certo o que tem acontecido com você, mas já encerrei alguns capítulos da minha vida com esta mesma essência: quero algo assim e o mundo quer ao contrário. Mas saiba que todas as vezes que encerrei estes atos, finalizei sobre a minha própria vontade. Na maioria das vezes pude sentir o gosto do sucesso e do fracasso.
Ela apenas me fitava com aqueles olhos negros, grandes. Sentindo-se invadida por uma estranha. Quando terminei de pronunciar aquelas poucas palavras, num lapso, ela se levantou e correndo tomou o seu rumo.
- Ei, para onde vai? Quer ajuda, carona? – perguntei aos gritos.
Recebi só um sorriso.
Depois, a tempestade retornou junto com um belo sol alaranjado e amarelo que despontava no horizonte. Sorri, li novamente o bilhetinho azul. O fim de tarde ganhou projeções de algumas novas sombras, mas a luz já não aquecia, principalmente depois das roupas molhadas.
Contornei a praça e segui em direção à avenida, querendo que aquele momento nunca tivesse fim. Compenetrada em meus passos, questionei-me o que há em mim que fecha e abre. Confusa, lancei um sorriso e aquele mesmo olhar, ligeiro, resultou em dias melhores.

ºº
Autora: Lívia Brito, escrito originalmente em 24 de agosto de 2008, com uma ajudinha especial na revisão, thanks baby.

momento poético.

Ah! Se eu pudesse com os meus olhos acariciar a sua pele.
Com o meu olfato sentir o seu coração acelerado.
Se o meu tato fosse propositadamente levado ao alcance do seu cheiro.
E a minha audição, pura e simplesmente, disposta a ouvir sua boca.
Enquanto meu paladar se delicia com as palavras que saem das suas letras.
Eu não me importaria de viver essa singular confusão indiscreta dos meus sentidos.

pequenos contos (3).

- Cecília!?
- Oi mana, posso entrar?
- Pai, mãe venham aqui!
- O que foi Júlia? Quem é?
- Cecília, minha filha, que susto que você nos deu. Vem, vem entre. Deixe eu te ver, você está bem? Ô meu amor, por onde andou?
- Acalme-se mamãe, estou bem. Oi, Pai.
O pai limitou-se a olhá-la de cima a baixo e foi para a cozinha.
- Desculpe seu pai Lia, ele está muito magoado com você.
- Tudo bem, mamãe. Não vou me demorar muito, vim apenas dar um alô e pegar mais algumas coisas que não pude levar. Pedi folga do trabalho para fazer essas tarefas e resolver minha transferência na faculdade.
- Como assim, Cecília? Você não voltou para ficar conosco?
- Não mãe, desculpe-me. Estou bem, trabalhando, estudando. Está melhor assim. Você sabe melhor do que ninguém a minha necessidade de seguir minha vida, todos sabem. E, além do mais, preciso da minha independência. Só peço desculpas pela saída tão brusca, sem nem me despedir, mas foi melhor assim.

As duas conversaram por mais alguns minutos. Cecília foi ao seu antigo quarto e sentiu o peito apertado de saudades, apesar de tudo foi com aquela família que aprendeu sobre a vida, o lado bom e o obscuro da realidade.
Enquanto colocava umas roupas na bolsa sua irmã entrou no quarto e lhe deu um longo abraço. Choraram e trocaram alguns segredos.

Cecília foi embora com o coração em lágrimas, sentir a rejeição do seu pai doeu, mas sabia que o gênio dele não abriria mão do orgulho para apóiá-la.
No fim da tarde, Cecília já estava em seu apartamento, organizou sua mochila e foi para o primeiro dia de aula na nova faculdade.
Antes, montou seu quadro na parede da sala e escreveu:


Que os meus olhos nunca ousem olhar o obscuro, mas que minha mente possa compreender a essência da solidão.


Dali em diante, Cecília teria uma atividade a mais, ficaria mais cansada para diversas outras coisas, ela sabia disso, mas o cansaço não abalaria todas aquelas conquistas. Já havia passado um mês depois que começou a trabalhar na Vegan. Há poucos dias recebeu seu primeiro salário, estava radiante e começando a deixar o ap com os seus detalhes. Ela e o Sr. Lopes se dão muito bem, são como pai e filha; aliás, todos na editora são muito bacanas, Cecília se sente em casa.

Todos os sábados vai para a biblioteca pública, tem livros incríveis que contribuem com o seu trabalho na editora e para as informações que coleciona há dois anos para a publicação de seu livro. Na biblioteca conheceu Laís, que também tem o mesmo propósito e faz faculdade de jornalismo. As duas se identificaram uma com a outra e são muito amigas.
Era sábado e o sol estava brilhando alto. Foi até a biblioteca, pois sabia que encontraria a Laís por lá.

- Laís, vamos para o clube?
- Ah!, não Cecília, tenho muitas pesquisas para fazer.
- Mas Laís, temos direito de um descanso, pôxa! Quem sabe não pegamos uns livros, vamos na sua casa, você pega umas roupas, vamos para o clube e você dorme lá em casa? E aí, gostou da idéia? Vamos, vamos!
Laís ficou pensativa por alguns minutos, enquanto terminava de copiar mais uma citação.

- Ok Cecília, você venceu! Mas, amanhã vamos estudar, promete?
- Tá bom amiga, prometo.

O clube estava apinhado de gente, Cecília olhou para Laís com cara de preocupação, por que sabia que Laís não gostava daquela badalação toda. Laís deu um sorriso de “rilex”.


distração do dia.

18 novembro, 2008

Eu sempre sonho que uma coisa gera,
nunca nada está morto.
O que não parece vivo, aduba.
O que parece estático, espera.


º Adélia Prado.

Sessão Nostalgia.

Hoje acordei com cheiro de infância.

Que saudades daqueles desenhos animados, e bem animados.

Hoje em dia as crianças veem mais violência do que animação, já não vemos mais desenhos como antigamente e, dizendo isso, sinto-me uma velha. haha.

Poderia citar muitos desenhos que eu era apaixonada e não perdia um capítulo. No entanto, no post de hoje relembro uns bichinhos muito carismáticos de cor azul.

Os Smurfs



Saudade de quando eu podia ficar em casa assistindo um desenho após o outro, comendo besteiras, vivendo segundo após segundo o presente, velha infância.

Adriana Calcanhoto - Ciranda Da Bailarina


Viva de algum modo o seu presente mesmo que não seja o bastante, tem tantos momentos que podemos aproveitar. As coisas mais simples são as que mais tocam, apenas sinta.


Dia da Criatividade

17 novembro, 2008

Veja que interessante!

De uns anos para cá tenho uma certa harmonia e simpatia com o dia 17 de novembro. É um dia que me lembra coisas boas, mesmo que nem tudo ocorra como esperado durante o dia ou que seja uma segunda-feira, guardo um sorriso no rosto só por que hoje é dia 17 de novembro.

É uma data bonita, redondinha... Tenho algum sentimento estranho pelo dia 17 de novembro; falar 17 de novembro é excitante!

Não sei, não tentem entender porque tanto amor por uma data. Apenas sei que é mais um motivo para ter lembranças deliciosamente inesquecíveis.

E não é que eu descobri que hoje é o Dia da Criatividade, você não podia ter nascido em melhor data.

Um beijo (especial) aos aniversariantes desta data.

trechos.

07 novembro, 2008

É tão lógico, impressionantemente lógico, tão lógico que não caberia um cm se quer de exceção. Parece-me uma comparação abstrata de um muro e a matéria que dá forma ao muro. Imparcialmente incompreendo o quão viva é a maneira abstrata de viver, a compreensão basta para o sentido lógico, com o qual construímos pontes para invariações. Inconstantemente compreendo o pouco que absorvemos, seja qual for o conteúdo e ou a forma.

____

melhor não procurar entender, é apenas o espelho de uma

mera distração.

novas idéias.

06 novembro, 2008

Quanto tempo que não apareço por aqui. O blog está às moscas e as idéias fervilhando a mente e, o ócio invadindo minhas horas. Vou começar a organizar meus segundos e meus momentos. Tantos rabiscos feitos no caderno e nenhum deles delineado, já é hora de voltar à ativa.
_________
E porque minha alma é tão ilimitada que já não é eu, e porque ela está tão além de mim - é que sempre sou remota a mim mesma, sou-me inalcançável como me é inalcançavel um astro.
LISPECTOR, Clarice. A Paixão segundo G.H.. 1998, p. 122.

[minha musa inspiradora, Clarice, não podia faltar].

pequenos contos (2)

Seu primeiro final de semana sozinha. Conheceu a solidão melhor do que a si mesma, simpatizou-se com ela.

Escreveu durante todo o tempo, como forma de dialogar com alguém. Pintou alguns abstratos e organizou sua semana. Domingo à noite enviou uma mensagem a sua irmã, ao menos para deixá-los menos preocupados.
- Amanhã cedo eu tenho uma entrevista de emprego em um editora white rabbit, torça por mim. Poderei administrá-la e quem sabe realizar pesquisas literárias na biblioteca ao lado e, enfim, colocar em obra o projeto do meu livro.
White rabbit era seu sapo verde, o qual a acompanha desde os doze anos, Cecília tem paixão por sapos.
- Bendito despertador, sinto-me como se o final de semana tivesse sido um longo processo e cheio de obstáculos.
Cecília realizou suas tarefas matinais como de costume, pensando no que poderia mudar naquela rotina para desprender-se de vez do mundo que deixara para trás.
- Bom dia, com licença, marquei às 09hs com o Sr. Lopes para uma entrevista. Ele está?
- Olá, bom dia, meu nome é André, e o seu?
- Oi André, sou Cecília.
- Olá Cecília, desculpe-nos, o Sr. Lopes não pôde comparecer à editora hoje, mas me ordenou que eu entrevistasse você. Tudo bem?
- Tudo bem, André, sem problemas.
- Vamos, vou lhe mostrar as dependências.
O lugar não era nada convencional para uma editora. Departamentos separados por biombos e, em cada um, uma abertura no formato de um quadrado para que as pessoas pudessem se comunicar. Para uma pequena cidade, a editora até que era bem informatizada. Todo o lugar era em branco e verde, com uma decoração toda clean e quadros expostos em quase todas as paredes, expondo os antigos e atuais clássicos da literatura. Havia duas grandes salas, ambas de reunião. Porém, uma para as reuniões sobre livros estrangeiros e outra para os livros nacionais.
- Muito legal André. Gostei bastante do lugar.
- Que bom que gostou Cecília. Totalmente diferente do que qualquer editora já vista antes. Olhe, essa será sua sala, ao lado da sala do Sr. Lopes e ao lado da minha, também.
- Nossa! Nunca imaginei trabalhar em um lugar tão bonito assim. Tomara que me aceitem.
(Risos).
- Vamos, sente-se na sua cadeira. Faremos a entrevista aqui mesmo.
Cecília expôs todas as atividades já realizadas profissionalmente, desde os seus 18 anos. Apesar de nova, tinha bastante experiência em diversas áreas. Na cidade onde morava, trabalhou na redação de um jornal local, já foi vendedora, administrou uma casa de artes e fez alguns trabalhos em eventos. É formada em administração, cursou teatro durante um ano e está no segundo ano de Letras na universidade federal, o qual está transferindo para uma cidade que fica há duas horas dali.
- Bom Cecília, vejo que você tem muito a contribuir na Vegan, além de muito simpática e mesmo sendo tão nova, vejo que tens postura de uma boa profissional.
- Obrigada pelas palavras André, faço o que posso e busco sempre aprimoramento.
- Percebo. Bom, aguarde um momento e já vai se familiarizando com o ambiente. Vou ligar para o Sr. Lopes, expor alguns detalhes e já retorno com a resposta.
Cecília se sentia muito bem, pela primeira vez transmitiu confiança e maturidade em tudo que falou. A esperança começava a brilhar.
- Mesmo sem te conhecer, ele acreditou nos meus argumentos e já podes começar agora mesmo. Aceita?
- Agora? Neste momento? Juro que eu não esperava uma resposta tão rápida. Claro que aceito.
- Precisávamos de uma administradora com urgência, o Sr. Lopes cuidava desta parte, mas já não tem tanta paciência. E eu, como cuido do financeiro, não tenho tempo para detalhes.
- Entendo, vou fazer o melhor que eu puder. Por onde começo?
- A sala é sua e a Vegan, agora, faz parte do seu cotidiano. Fique à vontade e qualquer coisa, meu ramal é o 23. Tenha um bom dia.
A felicidade estava estampada no rosto e irradiava por toda parte do seu pequeno ser. Cecília olhou para os lados, sem saber muito por onde começar. Decidiu conhecer os departamentos e seus novos colegas de trabalho, levando consigo seu caderninho para anotar todas as suas novas percepções.