Um breve conto...

24 setembro, 2007

Não. Sim. Não sei. Talvez. Porque não?! Repetia constantemente. Não fazia idéia de suas respostas. Passava o dia refletindo o amanhã. O hoje acabava e mal percebia. Em seus momentos de angústia escrevia a vida e tudo que vivera ultimamente. Cansava-se.
Cansou de procurar por respostas intangíveis, incógnitas que lhe perseguiam sem resultados. Tudo parecia intacto. Tudo. Pensamentos além dos seus vários “eus”. Estes que perambulavam por vias nunca ultrapassadas, pelo medo. Entendeu, então, que precisava compreender sua personalidade. Uma personalidade tão subliminar, tão incoerente, tão distante.
Sabia que não era fútil e sabia a dificuldade de ser diferente em um mundo tão igual.
Solicitava-se. Seu corpo já não respondia. Um peso sobre a mente, ainda, inerte desconcentrava-o de seus objetivos. Suas estratégias perderam eficiência. Tudo se tornara difícil. Tudo.
Em seus afazeres diários, encarregava seu medo a atormentar sua lucidez. Compulsivamente bebia água e soluçava com tremor. Já não agüentava mais aquele estado de inércia.
Buscava saídas e embriagava-se de doces na confeitaria ao lado. Acompanhado de uma média de café preto e amargo. Seu olhar vago transmitia um sentimento de pena. Seus trejeitos o denunciavam que a tristeza de não ser o sufocava dia após dia.
Não via, porém, que era destaque na repartição por conta de seus, bem elaborados, relatórios. Todos o consultavam para retificações. Aquela vida de pop star empregado do chefe já não o contentava. Exausto. Ao chegar a sua casa tirava os sapatos e se jogava sobre o sofá, o olhar intacto em direção ao teto cheio de mofos causados pela infiltração do inquilino acima.
Decidira, de repente, viajar. Por lugares nunca antes visitados por seus sentimentos. Sentimentos nunca desvendados pelas suas reflexões. Partiu. Sem dizer adeus. Nem ao menos àquela vidinha que levava. Querendo ou não, sabia que naqueles anos de rancor e ódio, algum amor – suponha – o fez sorrir.
Bagagem pronta, presa às costas, entrou na primeira lotação rumo à rodoviária. Retirou a passagem para o primeiro ônibus que estivesse de saída, não importava o lugar. Sem saber, em aproximadamente poucas horas, chegaria ao seu destino.
Um destino incerto. Entretanto, aos 45 anos, ofereceu a si mesmo o direito de renascer.

Tudo por acaso

21 setembro, 2007

Música que deu nome ao meu blog. Pura reflexão, pra mim.
A letra é perfeita e a melodia envolvente.
Tá aí, música de final de semana. ;)
Para todos,
um grande abraço.

Paz.

_______________________...

Eu sei,
Tudo por acaso
Tudo por atraso
MERA DISTRAÇÃO (diversão)
Eu sei
Por impaciência
Por obediência
PURA INTUIÇÃO

Qualquer dia, qualquer hora
Tempo e dimensão
O futuro foi agora, tudo é invenção
Ninguém vai saber de nada
E eu sei
PELO SENTIMENTO,
Pelo envolvimento,
Pelo coração
Eu sei
Pela madrugada
Pela emboscada
Pela contramão
Por qualquer poesia
Por qualquer magia
POR QUALQUER RAZÃO


______________...Tudo por acaso, Lenine. Álbum: Acústico MTV.

Reflexões constantes.

12 setembro, 2007

Estou a dias pensando em um tema para escrever um texto. No entanto, nenhum dos que passaram pela minha mente me agradaram. Também, a rotina deixa a mente inerte, só capitamos o essencial. Sim, o essencial é bom, mas o novo, o abstrato, o louco, o complexo também é. Por isso que procuro ler muito, diversos autores, variados tipos de leitura para inovar o conhecimento.
No Curso de Administração aprendemos sobre Gestão do Conhecimento, Empresas que aprendem, Pensamento Sistêmico... não só neste, mas em outros cursos nos quais os profissionais precisam de reciclagem o tempo todo, até por que as coisas mudam de tal forma e querendo ou não temos que nos adaptar, se não quisermos ficar para trás. Todos esses temas ensinam que os indivíduos devem procurar notícias, novos conhecimentos, renovar o vocabulário dia-a-dia, conversar e conhecer pessoas de culturas diferentes, aprender o essencial de um curso qualquer, o qual lhe interesse. Essas atitudes engrandecem o ser humano, torna-o culto, compreensivo, aberto às mudanças advindas da tal, pavorosa, Globalização, Revolução Tecnológica, Transações Internacionais e tantos outros temas interessantes da atual sociedade, tão complexa, mas tão cheia de recursos para evoluirmos. Saber utilizar esses recursos é que é o negócio! Vivemos uma roda viva constante.
Para finalizar, o Pensamento Sistêmico adverte que refletir sobre somente um ponto de vista é pouco. Pensar sistematicamente é pensar globalmente. Não só em termos administrativos, de negócios, de transações comerciais... mas também em simples reflexões. É saber que: o que decidimos hoje se refletirá amanhã. Tudo flui tudo junto, nada é isolado. Vivemos em sociedade, claro, por isso pensamos, projetamos as idéias hoje para que dêem resultado no contexto do amanhã, do depois, do futuro.
Aprender constantemente, ler, ouvir diversos ritmos, conhecer culturas, pensar, refletir, construir, desconstruir para inovar, realizar. Sempre realizar. Sonhar é pra quem dorme demais.
E ainda não pensei em um tema para escrever um texto, veja que o que escrevi acima é mais um daqueles temas que nos perseguem. ;)
Mas, dê sua opinião a respeito, já que conhecer pontos de vista diferentes é uma tarefa diária, quem sabe assim eu defina um tema para debate posterior.
Um grande abraço,
Lívia.