Desabafos de uma pseudoescritora

20 junho, 2009

Perdi. Perdi a velha alma escritora. Perdi Cecília. Perdi a Lívia que havia em mim. Aquela que buscava dia após dia brincar com as palavras que aprendera outrora. O cotidiano, já dizia Clarice Lispector: o quotidiano contém em si o abuso do quotidiano: o quotidiano tem a tragédia do tédio da repetição. O cotidiano sistemático, automático, soluções práticas para problemas práticos. Com o tempo, perde-se a sensibilidade, a emoção, a coragem de espalhar sobre um papel branco palavras aflitas.

Talvez já não tenha tempo ou paciência para pensar, sendo o pensamento tão rotineiro e automático todos os dias. Só me resta respirar fundo e correr contra o tempo que corre tão rápido. Por dias tenho pensado na minha pseudovocação para escritora. Como eu gostaria de passar meus dias a escrever, ler e aprender. Rabiscar nos cadernos os contos que tanto anseio por elaborar. Desejo pela chegada deste dia, mesmo sabendo que só eu vou encontrá-la, ou melhor, fazê-la chegar a minha mente e às pontas dos meus dedos.

A emoção acabou. A sensibilidade antes tão aflorada só é sensível aos machucados, à falta de motivação, ou ao complexo resultado financeiro do final do mês. Não nasci para negócios, fato. Mas ainda são eles que sustenta meus vícios e as minhas mulherzices. Hoje fui à praia, sempre renovo quando sento à beira mar e fico a observar as ondas, os pássaros, os barcos, os sons, o sol e até o pôr do sol. Escrevi algumas tolices no caderninho de anotações. Frustrante como não acho mais as palavras certas. E os meus textos ilustram o que tenho em mente: pouca emoção, superficialidade, hipocrisia. Transcrevo em entrelinhas toda essa mistura incolor, sem perfume e sem intenção.

Minh’alma escritora está por aí, vagando e aprendendo alguma coisa, eu acho. Quando eu achá-la estarei munida de todas as palavras certas e de todos os modos de escrever e pensar. Sonhos abstratos. Vivo deles. Dói confessar que me sinto assim, dói acreditar que a Lívia que antes sonhava, hoje é dura e objetiva. Sem expectativas de ser, nem mesmo de ter. Se vivo, já é bom o bastante. Tenho o suficiente para (sobre)viver. Mas ainda falta tanto para eu compreender o que é viver de verdade.

Uma menina num corpo de mulher, e vice-versa. Uma criança que estancou com medo de crescer, mas desejando perdidamente evoluir. Evoluir é tão doloroso. Talvez esteja aí o problema: a mistura de “sentimentos”, a mudança dramática que há entre ser uma jovem e uma quase adulta. Enquanto isso, ainda não perdi a intensa vontade de ler. Leio tudo que é interessante, continuo a aprender mesmo que muitas vezes eu não consiga absorver. O que me falta? É no que penso constantemente.

Não costumo desabafar por aqui, mas às vezes levo a sério o nome do meu blog. E escrevo por Mera Distração.

Poemas à beira mar

Sobre o mar a lua cristalina
Linda como o pôr do sol
Tão solitária como cada um de nós
Doidera é o mundo
Cada qual com seu cada qual
Supérfluos espelhos do cotidiano
Sem sonhos e com objetivos abstratos
Uma ladainha sem fim.
Dia após dia, reclamações que perturbam os ouvidos dos outros
Sem obterem sequer um sinal de esperança.
Quando estamos pensativos, os pensamentos tornam-se perigosas armas
Sem um pingo de compaixão
Então é melhor eu parar por aqui e admirar o sol,
Pois logo vem a lua e eu tenho medo do escuro.




Aquele meu velho pranto
Rasgo com outros tantos
Sob o sol, a minha mente clareia
E enquanto o sangue corre na veia
Sinto você pelo vento
Seu toque dilui em cheiros e eu tento
Tento compreender porque você está tão longe
Percorrendo objetivos sem finalidade
E eu te vejo atrás do monte
Dos montes que escondem o arco-íris sem saudade.
Escrevo-te poemas sem desviar minha mente
Serenamente destruo aquela velha expectativa
De te ter aqui, pois longe permaneces,
Mas ainda assim sinto teu toque pelo vento
Que cobre minha pele à beira do mar.


pic: um dia na praia.

Um cotidiano qualquer



Eu não tenho insônia. Ao dormir sinto a cama desabar, num estrondo enorme. Ultrapassa todos os andares. Eu não me movo, é como se eu procurasse cair. De certo é este uísque, velho companheiro.

Segunda-feira - lá estou naquele prédio velho. Odeio trabalho público, departamentos cheios de mofo me deixam tonto. Mas era dali que eu sustentava meus vícios. “Nossa, Pereira, parece que você foi atropelado por um caminhão”. “Dois, três deles quem sabe d. Florinda. Quanto a você, pelo menos um te estragou”. Expressões de intolerância. “Problemas amorosos, Pereira”. Fiz cara de desinteressado, servir de psicólogo já era demais.

Datilografo os relatórios, organizo o financeiro tentando burlar a ética e cubro os saques absurdos que os chefes fazem. E eu ainda ajudo a aumentar essa hipocrisia. Aquilo tudo me cansava. “Quer me fazer companhia, Pereira?” “Não, d. Florinda, prefiro almoçar sozinho.” Feijão, arroz, salada e uma carne era o meu PF favorito, acompanhado de uma dose de uísque. Depois fumo um cigarro sentado na praça, e observo o movimento. Esses ignorantes me enojam, é no que penso frequentemente.

Meus dias eram esses e toda noite é a mesma sensação. Eu acordo ainda mais cansado. Até que um dia, depois de tanta insistência, almocei com d. Florinda. Para a minha surpresa, e pela primeira vez, a vi de perto, atentamente. “Não me chame de dona, me chame de você”.

Florinda me acompanhou até a praça, fumou um cigarro também. Ao que me distraio sou violentamente beijado por ela, com tal intensidade que senti – depois de tanto tempo – uma dolorosa ereção. Naquela tarde até o dia seguinte, Florinda sentiu a cama desabar. Literalmente.
pic:
sxc.hu

Aborrecimentos de uma mulher solitária

18 junho, 2009

A emoção acabou e eu já não suporto mais os meus sonhos. Apesar de a realidade me aborrecer. Às vezes eu me liberto, noutras nem contesto os meus impulsos. Deixo que pulsem. Sempre não compreendo. Entender não cabe em mim. Prefiro não pensar. Fluir. Deixar estar. Eu sou louca. Maníaca por coisas à toa, sem lógica, impuras. Sigo sem destino, pensando no futuro. Futuro incerto esse. Meu presente? Um botão de rosas vermelhas me fascina, engole-me até que eu perca a respiração. Não sou muito de escrever, não suporto palavras e letras. Elas me confundem, embaralham, machucam quando interpretadas de mau jeito ou ditas sem fundamento, sem carinho, dizer só por dizer. Invenção de humano que gosta de maltratar. É natural, é instinto.


Ouço música para emaranhar-me às palavras. As músicas também machucam, mas é uma dor suportável, deliciosa. Gosto daquele aperto na garganta, do coração pulsando forte quando escuto uma música que me invade. Ah, os sons. O som do seu sorriso, do seu olhar. Já estou falando de amor de novo, nas entrelinhas. Não gosto do amor. Odeio o amor. O amor é doido. Precisa sempre de um psiquiatra e psiquiatra nos deixam mais loucos. Sou como o vento. Intenso ou leve dependendo de toda a natureza. Às vezes gosto dos ventos mais fortes. De jogar-me ao mar e me deixar levar. Evaporar. Cultivo uma espécie de loucura dentro de mim. Só eu sei, só eu a entendo. Um dia eu a liberto. Tenho medo da loucura, mas muito mais da normalidade.


Ninguém nunca procurou entender meus pensamentos. Nem eu entendo. Acho que leio muito Clarice Lispector. Mas eu vou levando, dia após dia, com esse jeitinho que ninguém teme e que ninguém dá valor. Não me importo. Eu até que gosto de mim. E sei que não sou tão pura, aliás, sou um misto de devassidão e ternura.


Vou vivendo, porque viver é bom. Sendo bom ou mal, os meus dias são ligeiros e eu tenho mais tempo para mim.

O pequeno mundo de um escritor chateado com um mundo qualquer

13 junho, 2009

Era sábado. Chegou um, outro, um casal, dois, três, uma família. Sábado de sol e vento frio. Sorrisos, sorrisos falsos, crianças felizes, tristes, uma vida boa. Alguns refletiam uma vida mais ou menos. Nem tudo era o que queriam. Acompanhados que se sentiam só. Abandonados que estavam ali a procura de alguém, um sorriso ao menos. Outros que corriam, suavam, caminhavam em busca de um corpo bonito, ou somente para manter a saúde em dia. Hipocrisia em quase todos os rostos. Chatice era aquele mundo.

Volta e meia eu pensava em um mundo melhor. Homens e mulheres nus, crianças sempre felizes que estudam e brincam. Todos ganham a vida fazendo artesanato, tricotando, escrevendo pequenos contos e notícias no jornalzinho, que poucas vezes anuncia uma morte natural. Bobagens da minha mente. Todo escritor é meio louco, ou muito. Eu não era diferente.

No meu mundo o sexo é a coisa mais natural, não há poligamia, mas a mulheres adoram sexo a três. Às vezes acho que sonho demais. Dinheiro não existia, instruímos todos os moradores ao escambo. Trocam o que é necessário a um e a outro. Uma espécie de voluntariado por espontânea vontade. Alguns jovens se revoltam e procuram outros mundos, não demoram muito e estão de volta. Não existe droga no meu mundo, mas a maconha é liberada como medicamento para a mente.

Eu abri os olhos desse sonho e lá estavam. Aquele povinho feliz brincando com os seus filhos no parque. Tentando incutir na mente da criança o que é certo e o que errado, e que todos deveriam acreditar em alguma coisa. Enganavam aquelas crianças, quando puderem entender, crescer, verão que tudo é uma grande mentira. E vão se revoltar, procurar outros mundos, um dia vão voltar porque colo de pai e mãe é sempre um parque. Ensinam sobre virtude, mas não são capazes de dar a mão a quem precisa, passam longe, atravessam a rua com medo, receio sabe se lá de quê. É humano tão como alguém que precisa.

Eu já não tinha mais medo de nada. Perdi o medo de tudo. Todo o ser que se diz humano está sujeito ao perigo que é a vida. E que bom viver esse perigo. Mas a maioria vai (sobre) vivendo neste mundo louco, bobo mundo, tolo. É melhor eu parar por aqui, caso contrário serei um clichê como todos esses pseudo-felizes. Ou acho que estou chato demais hoje, por isso escrevo tolices.

Selos!!

12 junho, 2009

Há algum tempo ganhei um selo super fofo da , estava devendo a postagem por aqui. Como todo presente aqui na blogosfera, vamos às regras:

"A Dona deste blog é muito atenciosa”.



Regras:
1. A Pessoa que receber, deve postar o selinho em seu blog e descrever as regras;
2. Terá também que dedicar este selinho para até 5 blogueiras que realmente são atenciosas com os seus comentários;
3. Terá que responder o questionário abaixo;
4. Terá que avisar cada umas das amigas que direcionou o seu selinho.

a) Quando você recebe um comentário o que sente?
Adoro receber comentários, principalmente aqueles que agregam o meu texto e que elogiam o tema ou a forma como escrevo ;)
b) Você responde a todos os seus comentários individualmente ou costuma responder as perguntas de uma forma geral em seu post?
Prefiro responder individualmente.
c) Você costuma visitar as pessoas que te visitam?
Sempre! É um dever.
d) Se tivesse que escolher uma única amiga blogueira para descrever o exemplo de atenção para com as amigas, quem seria?
Prefiro não nomear. Todas são atenciosas ao seu modo, afinal não vivemos o tempo todo por aqui, quando há tempo recebemos comentários que valem por mil comentários toda semana!
e) Todas as amigas blogueiras você conheceu pela internet, ou existe alguma que você já conhece pessoalmente?
Conheci todas pela internet.

A segunda regra é repassar o selo para cinco blogueiras realmente atenciosas, vou levar à sério minha resposta no item "d" e deixar o selo para quem quiser repassá-lo!

Má, adorei o selo flor. Obrigada pela sua atenção!
________________________

E hoje recebo mais um presentinho, da fLore. Lorena, obrigada por me considerar uma fofa. Você que é uma *.*

Vamos às regras:


1. Dizer quem te presenteou com o selo e colocar o link do blog;
2. Copiar e responder a um questionário;
3. Presentear 5 blogs com o selo e avisá-los sobre.
Vamos às rapidinhas...

1* MANIA: Olhar as horas de cinco em cinco minutos e achar que já havia passado horas.
2* PECADO CAPITAL:
Gula!
3* MELHOR CHEIRO DO MUNDO:
Chá de menta com sabor de chocolate.
4* SE DINHEIRO NÃO FOSSE PROBLEMA EU FARIA:
Uma volta ao mundo.
5* CASOS DE INFÂNCIA:
Obsessão por subir em árvores e jogar peteca, ou bola de gude.
6* HABILIDADES COMO DONA DE CASA:
Quando "baixa a Maria" deixo tudo brilhando.
7* O QUE NÃO GOSTA DE FAZER EM CASA:
Todo final de semana é uma briga aqui em casa para ver quem lava a louça.
8* DESABILIDADES COMO DONA DE CASA: Na cozinha. Mas quando quero faço um bom feijão.
9* FRASE:
"Escrevo para retirar-me de mim mesmo." Rubem Fonseca.
10* PASSEIO PARA ALMA: Sentar à beira-mar no final de tarde.
11* PASSEIO PARA O CORPO:
Caminhar e correr!
12* O QUE ME IRRITA: Frio.
13* FRASE OU PALAVRA QUE FALA MUITO:
Gente.
14* PALAVRÃO MAIS USADO:
Foda, mas é foda.
15* DESCE DO SALTO E SOBE O MORRO QUANDO:
Não costumo descer do salto, mas quando desço é quando descubro fofocas sem precedentes sobre mim.
16* PERFUME QUE USA NO MOMENTO:
Capim-limão, da Natura.
17* ELOGIO FAVORITO: Quando dizem que escrevo bem, x)
18* TALENTO OCULTO: Adoro cantar, mesmo sabendo que não tenho talento nenhum.
19* NÃO IMPORTA QUE SEJA MODA NÃO USARIA NEM NO MEU ENTERRO: Sandália Melissa de salto alto e roupas ou acessórios com estampa de animais.
20* QUERIA TER NASCIDO SABENDO: Cantar, sem dúvidas! hihi
21* EU SOU EXTREMAMENTE: Ansiosa.
Os "cinco" blogs que receberão o selo também:

Pelo que vi todas as fofas que considero já receberam o selo.
Então, o selo vai para essas três novas fofas da minha blogosfera!

Intensidade Excessiva

10 junho, 2009

Há pessoas que são excessivas em quase tudo: pensamentos, atos, fatos, acontecimentos, comportamentos. Normalmente, os sentimentos são mais presentes, pois há uma necessidade incontrolável de sentir, diz-se que assim se vive melhor.


Dentre os mais cotados, o sentimento de compaixão é uma coisa engraçada. A compaixão excessiva faz com que o sofrimento do outro atinja o ouvinte, tamanha é a intensidade com que se recebe o problema. Depois de trazer para si a dor do outro o indivíduo sofre o mesmo tanto, quem sabe até um pouco mais. No final das contas ninguém ajuda ninguém, e quem tentou busca conselhos para si mesmo. [Eu faço isso direto].


A intensidade e o excesso, sem medidas, são prejudiciais e se tornam uma forma de apego que só gera sofrimento. Agora me diz, que ser humano é este que gosta de sofrer com os sofrimentos dos outros? Já não bastam os que já têm? A compaixão é necessária à medida que podemos ajudar o outro, sem que esqueçamos dos nossos problemas.

Vejamos: a maioria diz que todo amor deve ser intenso, concordo. Mas, quando o amor começa a ser uma obsessão o excesso vem e atrapalha, consequência esta causada pela intensidade excessiva, e o relacionamento fica chato e efêmero, qualquer que seja o tipo de relação.


Porém, noutro canto dos tipos de personalidades, há aqueles que são objetivos demais, até demais e que parecem não estar nem aí para os problemas do outro, nem mesmo dos seus. Esses tipos de indivíduos acabam divergindo e raramente entram em um acordo. O que seria dos conflitos se todos pensassem e agissem exatamente igual?! Já virou clichê afirmar que todo mundo é diferente, ninguém é igual; talvez sejamos parecidos uns com os outros em personalidade, mas nunca seremos iguais.

Outro fato dentro desse contexto é querer - quase exigir - que alguém seja aquilo que somos. Não somos homogêneos e nunca seremos um só, a diferença é necessária e os conflitos geram um bocado de criatividade.


Por isso, lembre-se: seja intenso sem deixar de ser (a)normal. Tenha compaixão sem assumir a dor do outro, isso não é egoísmo, é saber lidar com os problemas e poder ter consciência para ajudar, sem excessos.

Palavras soltas

05 junho, 2009

Observe
Como o sol se põe lá no horizonte

Sente-se ao meu lado

Contrarie, surpreenda-me!


Observe

Como a lua é linda

e ilumina esse amor

Amor doido esse.


As poesias não precisam de rimas

Mas você é poesia e combina comigo

Ria, ria alto

Gosto de te ver sorrir.


Adoro declamar palavras à toa

Escrever e borbulhar meus pensamentos com tolices

O amor é tolo

E mais tolo é quem não quer amar.


O amor machuca

ou você procura tombos?

Procuramos sempre muitas coisas

E quase sempre achamos o que não queremos.


Olhe menos para o chão enquanto caminha

Vislumbre lá na frente uma oportunidade de ser feliz.


Bobagens e tolices são os meus assuntos prediletos

Não sei como você me aguenta.

Gosto da sua paciência, de ver seus olhos revirarem

quando já não aguenta mais.


Tudo em você tem graça

Ou eu é que estou transbordando amor?

Transbordo além do meu limite e gosto desse exagero, às vezes.

A música e o futuro

Que tipo de música as novas gerações escutarão? Pergunto-me. Por vezes afirmo ter nascido na época errada. Fato. No entanto, que bom ter acesso ao velho e bom jazz e blues, MPB, samba, bossa nova – os verdadeiros. E em que tipo de aparelho vão escutá-la? Ah vitrola, pura nostalgia. Nostalgia do pouco que vivi. Medo do futuro musical. Da vitrola ao cd player, deste ao mp3, celulares, iphones.


Meus sobrinhos de oito, cinco, três anos daqui cinco décadas sentirão nostalgia ouvindo eguinha pocotó ou qualquer outra-coisa-parecida? Tempo que não volta mais. A música já não é a mesma. As novas tecnologias oportunizaram a convergência dos estilos musicais. Ouve-se de tudo, misturado, ao mesmo tempo. Sinto falta da essência musical nos pseudo-músicos da MPB, que mais parecem pop. E aqueles que insistem em dizer que pagode é o mesmo que samba? A maioria das composições atuais não é elaborada com a alma, como uma obra de arte.


Não digo que não há boa música hoje em dia, há sim. Os novos estilos surgiram com sabores diferenciados, composições que arrepiam, misturas interessantes. Então, salvo os artistas que compõem boas músicas, melodias, canções que nos remetem ao passado. Seduzem os ouvidos. Aplausos aos artistas que fazem arte e não atrocidades com as palavras e o mau uso dos instrumentos musicais. E um salve aos que cultuam boa música e podem levar, transmitir, repassar às novas gerações o que é boa música. Para que a música não se perca e não trave numa velha vitrola escondida em um museu, ou numa loja de velharias.