Perdi. Perdi a velha alma escritora. Perdi Cecília. Perdi a Lívia que havia em mim. Aquela que buscava dia após dia brincar com as palavras que aprendera outrora. O cotidiano, já dizia Clarice Lispector: o quotidiano contém em si o abuso do quotidiano: o quotidiano tem a tragédia do tédio da repetição. O cotidiano sistemático, automático, soluções práticas para problemas práticos. Com o tempo, perde-se a sensibilidade, a emoção, a coragem de espalhar sobre um papel branco palavras aflitas.
Talvez já não tenha tempo ou paciência para pensar, sendo o pensamento tão rotineiro e automático todos os dias. Só me resta respirar fundo e correr contra o tempo que corre tão rápido. Por dias tenho pensado na minha pseudovocação para escritora. Como eu gostaria de passar meus dias a escrever, ler e aprender. Rabiscar nos cadernos os contos que tanto anseio por elaborar. Desejo pela chegada deste dia, mesmo sabendo que só eu vou encontrá-la, ou melhor, fazê-la chegar a minha mente e às pontas dos meus dedos.
A emoção acabou. A sensibilidade antes tão aflorada só é sensível aos machucados, à falta de motivação, ou ao complexo resultado financeiro do final do mês. Não nasci para negócios, fato. Mas ainda são eles que sustenta meus vícios e as minhas mulherzices. Hoje fui à praia, sempre renovo quando sento à beira mar e fico a observar as ondas, os pássaros, os barcos, os sons, o sol e até o pôr do sol. Escrevi algumas tolices no caderninho de anotações. Frustrante como não acho mais as palavras certas. E os meus textos ilustram o que tenho em mente: pouca emoção, superficialidade, hipocrisia. Transcrevo em entrelinhas toda essa mistura incolor, sem perfume e sem intenção.
Minh’alma escritora está por aí, vagando e aprendendo alguma coisa, eu acho. Quando eu achá-la estarei munida de todas as palavras certas e de todos os modos de escrever e pensar. Sonhos abstratos. Vivo deles. Dói confessar que me sinto assim, dói acreditar que a Lívia que antes sonhava, hoje é dura e objetiva. Sem expectativas de ser, nem mesmo de ter. Se vivo, já é bom o bastante. Tenho o suficiente para (sobre)viver. Mas ainda falta tanto para eu compreender o que é viver de verdade.
Uma menina num corpo de mulher, e vice-versa. Uma criança que estancou com medo de crescer, mas desejando perdidamente evoluir. Evoluir é tão doloroso. Talvez esteja aí o problema: a mistura de “sentimentos”, a mudança dramática que há entre ser uma jovem e uma quase adulta. Enquanto isso, ainda não perdi a intensa vontade de ler. Leio tudo que é interessante, continuo a aprender mesmo que muitas vezes eu não consiga absorver. O que me falta? É no que penso constantemente.
Não costumo desabafar por aqui, mas às vezes levo a sério o nome do meu blog. E escrevo por Mera Distração.
Talvez já não tenha tempo ou paciência para pensar, sendo o pensamento tão rotineiro e automático todos os dias. Só me resta respirar fundo e correr contra o tempo que corre tão rápido. Por dias tenho pensado na minha pseudovocação para escritora. Como eu gostaria de passar meus dias a escrever, ler e aprender. Rabiscar nos cadernos os contos que tanto anseio por elaborar. Desejo pela chegada deste dia, mesmo sabendo que só eu vou encontrá-la, ou melhor, fazê-la chegar a minha mente e às pontas dos meus dedos.
A emoção acabou. A sensibilidade antes tão aflorada só é sensível aos machucados, à falta de motivação, ou ao complexo resultado financeiro do final do mês. Não nasci para negócios, fato. Mas ainda são eles que sustenta meus vícios e as minhas mulherzices. Hoje fui à praia, sempre renovo quando sento à beira mar e fico a observar as ondas, os pássaros, os barcos, os sons, o sol e até o pôr do sol. Escrevi algumas tolices no caderninho de anotações. Frustrante como não acho mais as palavras certas. E os meus textos ilustram o que tenho em mente: pouca emoção, superficialidade, hipocrisia. Transcrevo em entrelinhas toda essa mistura incolor, sem perfume e sem intenção.
Minh’alma escritora está por aí, vagando e aprendendo alguma coisa, eu acho. Quando eu achá-la estarei munida de todas as palavras certas e de todos os modos de escrever e pensar. Sonhos abstratos. Vivo deles. Dói confessar que me sinto assim, dói acreditar que a Lívia que antes sonhava, hoje é dura e objetiva. Sem expectativas de ser, nem mesmo de ter. Se vivo, já é bom o bastante. Tenho o suficiente para (sobre)viver. Mas ainda falta tanto para eu compreender o que é viver de verdade.
Uma menina num corpo de mulher, e vice-versa. Uma criança que estancou com medo de crescer, mas desejando perdidamente evoluir. Evoluir é tão doloroso. Talvez esteja aí o problema: a mistura de “sentimentos”, a mudança dramática que há entre ser uma jovem e uma quase adulta. Enquanto isso, ainda não perdi a intensa vontade de ler. Leio tudo que é interessante, continuo a aprender mesmo que muitas vezes eu não consiga absorver. O que me falta? É no que penso constantemente.
Não costumo desabafar por aqui, mas às vezes levo a sério o nome do meu blog. E escrevo por Mera Distração.
8 comentários e idéias:
Lívia amor, é apenas um crise, tudo na vida pssa. Você escreve muito bem. Daqui a alguns dias as idéias voltam, e vc volta a briçhar nos seus textos como sempre. Acredito no seu sucesso. Beijos flor. :***
Quem escreve algo sensível como você escreveu e nos permitiu ler, Lívia, não perdeu o dom da palavra. Você pode estar angustiada por não conseguir fazer o que quer com elas, exatamente, mas não acredite nem por um momento que sua sensibilidade se foi; seu texto prova justamente o contrário! A menina-mulher que você é, sente muito, e esse é o primeiro passo pra conseguir escrever de verdade. O segundo é a paciência... Não adianta forçar as palavras, elas não funcionam assim. Elas só funcionam com liberdade... Deixe-as livres que elas voltam até você, como aconteceu nesse texto. Pode ter certeza que voltam. =)
Beijos, escritora e não menos do que isso. ;)
Essa mulherada blogueira está em crise, hoje... Não foi o primeiro post em que vi uma pessoa se questionando. O lado bom é que tudo passa. E vem o novo...
Abraço!
Ah querida... não, tua alma de escritora está aí, vivida e linda, pois com tantas lindas palavras... ah...
Bjks
Má
Ela esta vagando por aí, para conhecer o mundo e quando voltar trará tudo de novo para você, acredite.
Nossa, Lívia. Vou concordar completamente com a Lorena: "Quem escreve algo sensível como você escreveu e nos permitiu ler, Lívia, não perdeu o dom da palavra." De fato, eu vi com bons olhos essa mudança de estilo textual, mesmo que seja somente uma fase. E acho que você pode observar isso à mesma maneira que gosta de ver o mar, nas suas recarregadas de bateria. A maré muda, as ondas são uniformes, a velocidade é diferente. Ainda assim, o resultado é sempre perfeito. E nenhum dos dois perde sua graça - o mar e seus textos.
Mesmo que um desabafo, está provido de arte, de muito sentimento.
Onde está a Lívia escritora? Ora, aí está... Continua a envolver em suas palavras mesmo quando acha que não. Continuo a ver alma em linha, continuo a ver a escritora do Mera Distração.
"Não perca a força e o sonho, não deixe nunca de acreditar que tudo vai acontecer" (8)
Passei por esses momentos, querida, falei sobre eles também. Mas tudo passa! =)
Grande beijo... =**
Me explica, como é que vc perdeu a inspiração se acaba de escrever de forma slubime e plena. ? heim ?
E saiba o grande valor de poder se questionar e entrar em crises, faz com que agente pare e repense muitas coisas. E com toda certeza, renova-se uma ALMA, ALMA NOVA VIDA!
beijinho amo muito vc irmã.
Postar um comentário