A emoção acabou e eu já não suporto mais os meus sonhos. Apesar de a realidade me aborrecer. Às vezes eu me liberto, noutras nem contesto os meus impulsos. Deixo que pulsem. Sempre não compreendo. Entender não cabe em mim. Prefiro não pensar. Fluir. Deixar estar. Eu sou louca. Maníaca por coisas à toa, sem lógica, impuras. Sigo sem destino, pensando no futuro. Futuro incerto esse. Meu presente? Um botão de rosas vermelhas me fascina, engole-me até que eu perca a respiração. Não sou muito de escrever, não suporto palavras e letras. Elas me confundem, embaralham, machucam quando interpretadas de mau jeito ou ditas sem fundamento, sem carinho, dizer só por dizer. Invenção de humano que gosta de maltratar. É natural, é instinto.
Ouço música para emaranhar-me às palavras. As músicas também machucam, mas é uma dor suportável, deliciosa. Gosto daquele aperto na garganta, do coração pulsando forte quando escuto uma música que me invade. Ah, os sons. O som do seu sorriso, do seu olhar. Já estou falando de amor de novo, nas entrelinhas. Não gosto do amor. Odeio o amor. O amor é doido. Precisa sempre de um psiquiatra e psiquiatra nos deixam mais loucos. Sou como o vento. Intenso ou leve dependendo de toda a natureza. Às vezes gosto dos ventos mais fortes. De jogar-me ao mar e me deixar levar. Evaporar. Cultivo uma espécie de loucura dentro de mim. Só eu sei, só eu a entendo. Um dia eu a liberto. Tenho medo da loucura, mas muito mais da normalidade.
Ninguém nunca procurou entender meus pensamentos. Nem eu entendo. Acho que leio muito Clarice Lispector. Mas eu vou levando, dia após dia, com esse jeitinho que ninguém teme e que ninguém dá valor. Não me importo. Eu até que gosto de mim. E sei que não sou tão pura, aliás, sou um misto de devassidão e ternura.
Vou vivendo, porque viver é bom. Sendo bom ou mal, os meus dias são ligeiros e eu tenho mais tempo para mim.
Louca, sonhadora, escritora, revisora e administradora. Ama o ritmo e a poesia, tem na pele a própria melodia. É simples... é ela, o elo entre o seu chão e o seu próprio céu.
Os livros são espelhos: neles só se vê o que possuímos dentro, Julian Caráx.
Playlist
... entre outros e esses:
Adriana Calcanhoto
Alanis
Ana Carolina
Angie Stone
Ayo
Bob Marley
Buddy Guy
Café Del Mar
Conya Doss
Dezarie
Flora Matos
Itapema FM 93.7
Jazz and Blues
Jehro
Jorge Ben Jor
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Lizz Wright
Luciana Mello
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Marcelo D2
Marisa Monte
Mart'nália
Nneka
Nu-Jazz
Orishas
Paulinho Moska
Roberta Sá
Tom Jobim
Zeca Baleiro
Os espaços sonoros e, especificamente, os espaços internos da música [...], trata-se dos espaços em que se movimenta o cursus das emoções ou dos sentimentos, Sérgio Magnani.
3 comentários e idéias:
Vou vivendo..
Nossa Livia... extrapolou na emoção e eu amei esse texto.
Bjks
Má
Não tinha visto ainda o visual novo, nem a foto nova ... e você continua bonita ... rsss
sons é coisa boa e música costuma dizer mais que muita coisa: pode ser emoção pura!
outro dia tirei parte da tarde pra ver vídeos no youtube, Britains Got Talent e Americans Got Talent ...
Tem um povinho que cantou lá, vou te contar: difícil ficar insensível!
Se quiser as dicas, fora a famosa Susan Boyle, aí vai: Bianca Ryan, Jaheem (o sobrenome é intraduzível) e Adrian Smith (fantástico som de sopro).
Quanto a amor, moça, é bom, o que estraga é quando colocam as interpretações e regras no meio dele ...
Bjks
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