respirar

17 dezembro, 2011

Há algum tempo não me sinto inspirada para escrever. Minhas palavras, pensamentos, sensações que antes vinham com tamanha facilidade, já não preenchem minha mente. Absorta nas prioridades do dia a dia, nas responsabilidades e decisões, deixei a essência da pseudo-escritora que existia em mim se desfazer como gelo.  

Mas sinto falta de vir aqui e desabar minhas sensações em palavras, arrancá-las de mim. Desfazer-me em lamentações, mas também em aprendizados. Algumas palavras me definem, talvez já as tenha escrito aqui: medo, contradição, preguiça, força e uma pitada de ambição, que nem sempre costuma sair do pensamento à ação. A verdade é que eu cresci, amadureci, aprendi, de certa forma, a lidar com os meus medos e deixá-los fazer parte da minha vida em sua totalidade. 

Não sei se ainda tenho a essência que me fazia feliz, que não me deixava levar as coisas tão ao pé da letra como tenho levado. Esse fato me angustia, como uma forca apertando cada vez mais, como se meus pulsos estivessem presos, amarrados no passado e no futuro, obstruindo meu presente.

Ainda não sei como desamarrar esse nó, mas já consegui afrouxar boa parte. Do meu jeito meio torto, vou levando a vidinha mascarada pela Lívia profissional, pela Lívia filha, pela Lívia amiga. Esquecendo da Lívia que cuidava da Lívia e dava a ela a oportunidade de ser ela mesma. Sinto falta dela. Da Cecília. Mas tudo é crescimento, compreensão, um dia tudo isso vai se explicar de alguma forma, vai fazer sentido. Poderei olhar para trás e perceber que nem tudo foi por acaso, que quase tudo foi necessário acontecer. 

É difícil aceitar os fatos, mas o mínimo que é possível fazer, são recriá-los, recomeçar quantas vezes for preciso.

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