Seis da matina desliga o despertador: mais cinco minutos. Sete horas da manhã, ainda dá tempo. Logo, já é hora de levantar e, aquela correria inicia a rotina. Rotina que se faz todos os dias do mesmo jeito que se acorda, deita.
Responsabilidade: palavra-chave, atenção: primordial, relógio: controle e, a tal da rotina.
Você viu o que está acontecendo no mundo? – perguntam.
Não – vem como resposta.
Aquela sorveteria que inaugurou no bairro é muito boa – comentam.
É? Quando? Onde? – sem complementações.
Os detalhes se perdem. Aquela rotina engole o tempo e não se percebe, toma espaços e não se sente. Olhares, vontades, descanso são devaneios. A rotina acomoda, é companheira, igualmente exausta. No entanto, não há tempo para intervalos. Dia desses em uma das rotinas diárias, no embalo das pernas e dos pés frenéticos, pois o horário já passou e, no momento, o dever era resolver aquele “pepino” antes do próximo compromisso, vê-se: melodia e leveza.
A suavidade, o pequeno detalhe distrai os olhos. A rotina foi quebrantada. O som da sanfona embala os passos leves da garotinha que com simplicidade dança de braços abertos, como quem diz: se entregue aos dias, contudo, antes conheça a vida!
O olhar do sanfoneiro, encantado, admira a beleza da simplicidade e, a razão deixa de ser inconveniente, como se não houvesse as horas, apenas a música, a dança, os passos e a satisfação de somente dançar. Detalhes que fazem a rotina parar e por alguns instantes me perco e fujo do anormal, aprendendo a ser simples, ser alguém.
Crônica inspirada na imagem.
1 comentários e idéias:
lindo.. simples.. perfeito..
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