Meu Teatro.

02 abril, 2009

A minha vida é uma peça de teatro. Às vezes protagonizo, outras sou coadjuvante, noutras só figuro uma paisagem qualquer. Sinto-me um personagem de mim mesma; vez em quando atuo personalidades distintas mas quase sempre sou a mesma, mesmo que ninguém perceba a mudança de um ato para outro. Até gosto dessa existência teatral, ser um artista num mundo de negócios e ambições. Porém, é triste também. Lutar por causas usando uma falsa ideologia. O pássaro é feliz. Voa para onde quiser, é livre. Só deixa de ser livre quando o homem insiste em ocupar o seu papel, não como bom moço mas como vilão.

Veja as palavras, sinta-as. Elas também são livres, no entanto prendemos as palavras dentro de nós, nos livros e cadernos secretos. Somos livres em pensamento, entretanto aprisionamos a liberdade de expressão. Tudo é uma grande contradição. Eu continuo tomando o meu café preto. Sento em frente à mesa de trabalho, as cortinas se abrem e o espetáculo começa. Meu teatro, meu monólogo. Minha contradição.


Independente do que façamos colocamos sempre uma pitada de teatralidade, um misto de ficção e realidade. Represento bem por vezes, até voar eu já consegui. Quando esqueço alguma fala recorro à improvisação, mesmo sem nexo intercalo um jogo de palavras sem sentidos. Essas interpretações são na frente do espelho. Pois sinto-me mais livre só e nua das convenções.


Feche as cortinas. A emoção acabou e é tão sublime.


Zeca Baleiro e Fagner - Não tenho tempo



8 comentários e idéias:

Luca disse...

ISSO..

escolhemos ser protagonistas ou coadjuvantes do nosso próprio ato.

Guga Detoni disse...

As vezes representamos melhor outra pior.

Monday disse...

leva um tempo pra gente achar o prumo, moça, e isso raramente vem na tenra idade ... o teatro permanece por muitos anos, às vezes nem sequer acaba ...

entretanto, boas vivências (o que não significa que sejam agradáveis por serem boas) abrem novos horizontes, pavimentam caminhos e nos levam, gradativamente, a deixar de ser trem e passar a ser navio, pois no mar não há necessidade de se andar sobre trilhos ...

Laís Carvalhêdo disse...

texto , música...
tudo completo...bom,bonito,báarbaro!

bjim Lí!

Natália disse...

Nesse teatro não tem ensaio, o elenco é escolhido de improviso e apesar de cada um ser dono do seu próprio espetáculo, às vezes somos protagonistas e coadjuvantes mesmo. Ainda bem que dá pra escolher.

Beijos, Lívia

Aglio disse...

Boa perspectiva ;)

Respondi seu meme, menina, e obrigado pela força de sempre, é muito difícil pra mim manter o blog.

Qualquer dia desenvolvo <3

Monday disse...

voltei ... pra deixar um coment de chocolate ... rssss

boa páscoa, menina bonita!

Deise Rocha disse...

é... isso sim é que é fazer da vida uma arte!