É como sentir o momento e não lembrar.

03 agosto, 2009

A vida é uma só, mas mesmo assim repartimos em outras, em pequenos momentos de vida. Viver é um fato, morrer é outro. Ou morremos ou estamos vivos. Porém, vivemos várias vidas em uma só. Tão difícil não nos apegarmos a essas vidas, por mais que não queiramos o outro momento estará ali, aqui intrínseco, repartindo cada instante de vida.

É fácil nos desligarmos de outras vidas? A solidão é um dos melhores momentos de prazer que podemos ter. E a solidão a dois? Contradições. É o que somos.

Então, de repente nos vemos tentando apagar uma outra vida da nossa memória. Como num passe de mágica. Não entenda como um amor hetero ou homossexual, entenda como qualquer relação afetiva ou profissional. Passamos a viver a nossa vida, independente da outra. Não mais vivemos a vida de outro indivíduo, mas não esquecemos.

É como escutar Leela James (Music) e não lembrar daquela tarde de sábado. É como ir à beira do mar, sentar no banco, fumar um cigarro e não lembrar dos devaneios. É como escutar jazz ou Chico Buarque e simplesmente não lembrar das “trocas de figurinhas.” É como escutar rap e não lembrar daqueles dias embalados pelo mesmo beat no Fruity Loops. A vida é coisa louca. É um devaneio absurdamente lógico.

No entanto, sobrevivemos enquanto não morremos de fato e, de certo modo deixamos a nossa vida aberta para outras vidas. Para que o ciclo recomece quando quisermos apertar o play. E aquela vida que morreu (mas continua viva) na nossa vira uma semente. E as sementes têm vida. Mas não as regaremos mais.

A vida é um eterno ciclo. Gosto de falar da vida, por que vida é mistério. E todo mistério é interessante e instigante. Vidas que se vão e vidas que surgem. Que bom interagir e amar cada vida e crescer constantemente. Vida é um conjunto de milhares de virtudes e adjetivos. Se eu não parar aqui vou escrever várias páginas tentando decifrá-la e conceituá-la. Mas vida é isso aí – não é apenas estar vivo. E mesmo depois de ler tudo sobre o que é a vida propriamente dita nos perguntaremos: Mas que diacho é a vida mesmo? Melhor deixe.

5 comentários e idéias:

Lorena disse...

Também não sei o que é, Livia... Mas também me pego pensando no que seja. E viver as vidas de tantos na nossa mesma é um desafio, pelo menos pra mim. Sou casulinho e gosto de me fechar em mim; mas ao mesmo tempo, tudo e todos me afetam. Vivo as vidas de outros sem-querer-querendo... Vivo a mesma vida mil vezes, mas estou sempre aberta a viver algo novo.
E a vida que volta a semente... Adorei essa metáfora. A semente que deixamos de regar. É bem por aí.

Adorei a reflexão que voce fez e adorei o seu texto. =)

Beijão!

Aglio disse...

Saudade de ler você que eu tava =)

Anônimo disse...

VIDA VIVIDA VIVER!
Apenas assim para entender, compreender, vivenciar.

Mto bem escrito e lembrado de q sempre q sentimos lembramos de todas as coisas em minimos detalhes, ate cheiros agente sente. rs

O melhor de tudo é simplesmente deixar estar ...

VIDA VIVIDA VIVER!

Deise Rocha disse...

Acho que o melhor da vida é isso: é você simplesmente vivê-la [pra não dizer passar por ela] e poder lembrar de vários momentos, felizes, tristes, intensos, maravilhosos, grandiosos, solitários, por meio de músicas, de outras cenas, de um cigarro, um sorriso, um devaneio...
aí você sabe o quanto ela é valiosa...
mas o melhor que eu acho, é quando você sabe que tem pessoas e pessoas nessas lembranças, influenciando de alguma forma...
que estão passando ou que já passaram...
Fato é: ngm faz acontecimentos sozinhos... o mágico da vida é junta-la com outras mágicas...

bem... acho q vou ficar por aki... ou a gnt vai por páginas nesse diálogo...

=]

Geison disse...

Não tem como não lembrar de cada sentimento em cada momento.
bjo