Transformações e devaneios.

23 outubro, 2009





As transformações são cotidianas. Dia após dia visualizamos de maneira diferente a forma de ver o mundo. E quando falo em mundo, refiro-me ao eu que temos conscientes e inconscientes, e sobre as mudanças desse eu que direta ou indiretamente refletem na nossa realidade.


Todo dia paro para pensar no que possuímos dentro. As incógnitas que nos fazem perambular pelos mais vastos pensamentos. Você não? Desculpe, às vezes quero ter certeza que não sou a única louca que (sobre) vive neste mundo que chamamos de nosso, mas que tomamos sem pedir permissão e saímos por aí tentando mudar.


Como é difícil mudar e como é satisfatório quando o conseguimos. As mudanças de que falo vão muito além do que transformar a rotina. Está nos detalhes. Os detalhes enriquecem. Observação é a palavra-chave da transformação. Quando paramos para escutar atentamente uma canção, sentir a palavra e a melodia, vivenciamos um momento único, entre nós e nós mesmos. Assim como trabalhamos para concretizar um sonho, correr atrás daquele objetivo que só você entende... É vivenciar o momento, as emoções, a sorte.


Isso mais parece um artigo de autoajuda. Talvez por que eu esteja o tempo todo tentando me curar. Mas me curar de quê? Pergunto-me. De mim mesma, talvez. Ok, ok paranóia Clarice Lispector se acendeu novamente, ou só aquela ansiosa Cecília que briga dentro de mim.


Parei.


O eu que transformo é a Lívia de hoje, de amanhã, de depois de amanhã. Eu me transformo, enfeito-me de verdades e mentiras sobre mim e passo a entender cada dia mais o que me rodeia. E até fecho os olhos para não compreender, mas de que adianta fechar os olhos se os pensamentos têm asas e me levam?


Você acha graça em si mesmo? Eu me olho no espelho e vejo uma criança que brinca, no entanto uma criança que cresce e possui dentro de si um medo que não se quantifica, qualifica-se. Mas é melhor deixar para lá. Perdi o fio da meada desse texto e gosto de me perder.

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