O Silêncio, por Clarice Lispector.

02 março, 2009

Quero compartilhar essas palavras com vocês.

Eu sei criar silêncio. É assim: ligo o rádio bem alto - então de súbito desligo. E assim capto o silêncio. Silêncio estelar. O silêncio da lua muda. Pára tudo: criei o silêncio. No silêncio é que mais se ouvem os ruídos. Entre as marteladas eu ouvia o silêncio.

Passagem descrita pela personagem Ângela Pralini em O Sopro da vida: pulsações, de Clarice Lispector. Entre outros parágrafos esse é um dos que mais me fizeram bem. Você já tentou ficar em silêncio enquanto é absorvido pelo barulho do cotidiano? Parece difícil, digo quase impossível. Não é. E é exatamente nesses momentos que consigo compreender mais as coisas e pausar o tempo presente, os pensamentos surgem limpos e nítidos. E quanto mais pratico, mais compreendo. Por vezes me sinto leve e em segundos esqueço o que pensei milésimos de segundos antes. É tão bom.

Boa semana.


15 comentários e idéias:

Buda Verde disse...

li só alguns contos dela.
sempre sinto esse silêncio depois de ouvir um som bem alto.

boa semana para você também.

Anônimo disse...

Eu adoro Clarice...

O silêncio faz lembramos muitas coisas.

Abraços

Anônimo disse...

Valeu.
Sendo seu seguidor também...

Abraços

Tiago Faller disse...

Lispector foi a melhor, e por isso muitos dizem: "Clarisse Lispector me entenderia...".

Nosso silêncio somos nós quem fazemos, e aprendemos.

Monday disse...

eu não sei se eu sei fazer isso, mas vira e mexe eu desligo no meio do mundo, entre vozes e barulhos, pensando em algo fora dali, totalmente concentrado, que realmente não ouço nada do que se passa a minha volta ...

até alguém me cutucar, porque só chamar, nessas horas, não adianta muito ... rsss

Fragmentos Repartidos disse...

Nunca tinha pensado no silêncio nessa perspectiva, nessa forma de "criar" o silêncio! Obrigado pela partilha.

Outra coisa que gostei de ler aqui foi a questão se ser no silêncio que se ouvem mais ruídos. É certamente uma contradição, mas no entanto é isso que acontece porque são aqueles ruídos que são ouvidos apenas quando estamos em silêncio connosco e com os outros e os ruídos não têm de existir fisicamente (como se isso fosse possível não é?).

Um abraço.

Eduardo disse...

oi...gostei. e nao conheço muito desta escritora.
Mandei-te um e-mail, para a tua mailbox.
Obrigado.
**

Aglio disse...

Ah, Clarice!

Entendo completamente isso do silêncio interno, só é bom parar quando nos sertimos ET´s nesse mundo!

Já disse que adoro seu blog?

Beijão!

~*Rebeca*~ disse...

Lívia, seu blog é tão gostoso e ler um post que fale algo sobre Clarice, já se ganha o dia.

Não perderei contato, estarei por aqui, sempre.

=]

Rebeca

-

Fê Colcerniani disse...

Nossa, Clarice não tem jeito... É demais... Amoo..
E como tem a capacitade de falar sobre o silêncio, sobre o amor, sobre mim, sobre vc... tão clara...
Bjss

Claudio Justo disse...

Experimente perder uma madrugada de sono, se despertar antes que o dia acorde. Se possível em lugar alto, onde você possa sentir o barulho ensurdecedor do nascer do sol. Aos poucos o rarefeito silêncio da madrugada vai dando lugar ao som da vida que se reinventa, no dia que se reinventa. Experimente, vale a pena!

Anonimo disse...

Eu gosto de criar o silêncio, ou melhor, sentir o silêncio através da apnéa... em qualquer meio aquático submergir e ficar ali até onde o fôlego permitir, chega uma hora que só se ouve o próprio coração pulsando dentro do peito.

Belo blog o teu, escritos interessantes, parabéns pelo talento.

Bj.

Anônimo disse...

Deixa eu te "persegui"?????
deixa vaaai...vi q vc também gosta
de C.L.ENTÃÃÃÕ...vou te seguir!!!


beijos!

Líviarbítrio. disse...

Oiii Sonara!!
Claro que pode, ;)
Fico bem feliz.
Mas, diga-me, qual é o seu blog? Não consigo acessá-lo!

Beijos.

Sonara disse...

olha aí...www.crismagalhaes.blogspot.com.





kiss..kiss!