Quem é Cecília?

É uma graça, mesmo emburrada. Tem os cabelos escuros, encaracolados e um rosto de menina num corpinho miúdo, mas proporcional. Um sorriso encantador e olhos apaixonados. Gosta de sentir o chão, a areia, o mar; os pés estão geralmente descalços, pés de menina que gosta de correr pela casa brincando de pega-esconde. É a princesinha do papai. De coração imenso, mas por vezes orgulhoso e rude. Adora música, especialmente aquelas que a fazem flutuar, viajar e dançar, sem vergonha na frente do espelho. É pequena, quase portátil, de um riso hilariante, gostoso até. Um misto de mulher e criança, felicidade e tristeza, sonho e realidade. É engraçada quando quer, chata inconvenientemente. Adora se isolar na sua caixinha, como ela mesma denomina o seu quarto cor de rosa. Encarna numa cantora inexistente, aumenta o volume do som e canta, enquanto posiciona suas pernas para cima e a cabeça para baixo, atravessada na cama. Diz ela que é para irrigar o corpo, as veias e sentir o coração pulsar enquanto a batida da música massageia sua alma. É uma manteiga derretida, chora até quando vê beijo em novela. Tem amor pelas pessoas que a rodeiam, especialmente aquelas que a fazem rir por qualquer bobagem. Tem amor a si mesma, por vezes uma obsessão. Noutras tem medo de se olhar no espelho, principalmente quando acorda com os cabelos soltos e os fios emaranhados uns nos outros, uma loucura. É insana, é incompreensível e paciente, é santa, é exagerada, é ninfeta e apaixonada. É Cecília.